Tr. Antonio Carneiro
Para o Xivaísmo da Caxemira, a Realidade é a Essência ou Luz (prakāśa), a Consciência absoluta e inefável, resplandecente de seu próprio brilho. Enquanto beatitude (ananda), tomada de consciência e pura liberdade, constitui a fonte de todo dinamismo e de toda eficiência, a manifestação do universo à qual preside a energia (śakti) não sendo senão o transbordamento da felicidade divina:
« Como um rei reinando sobre a terra inteira, sob a exultação alegre que lhe causa sua autoridade, pode exercer pelo jogo as atividades de um soldado de infantaria, por conseguinte o poderoso Senhor, em sua alegria exuberante, se diverte ao assumir as formas variadas (do universo)1). »
Śivadṛṣṭi de Somānanda, I, 37-38. Escutemos, como em eco, Angelus Silesius: « Tudo isso é um jogo que a Divindade se dá. » (II, 198. ↩