Egito

O simbolismo em questão encontra-se em particular entre os antigos egípcios. De fato, segundo Plutarco, “os egípcios dão à sua terra o nome de Chemia. e a comparam ao coração”. A explicação de Plutarco para isso é bastante estranha: “Esse país, de fato, é quente, úmido, contido nas partes meridionais da terra habitada, estendido para o sul, do mesmo modo que no corpo do homem o coração se estende à esquerda”, pois “os egípcios consideram o Oriente como a face do mundo, o norte como estando à direita, e o sul à esquerda. Tais similaridades são muito superficiais, e a verdadeira razão deve ser inteiramente outra, pois a mesma comparação com o coração foi também aplicada a toda terra à qual se atribuía um caráter sagrado e “central” no sentido espiritual, independentemente de sua situação geográfica. Além disso, no próprio relato de Plutarco, o coração representava tanto o Egito, quanto o Céu: “Os egípcios”, diz ele, “representam o Céu, que não poderia envelhecer por ser eterno, por um coração colocado sobre um braseiro, cuja chama lhe mantém o ardor.” Desse modo, enquanto que o próprio coração é figurado por um vaso, aquele mesmo que as lendas da Idade Média ocidental designariam como o “Santo Graal”, ele é por sua vez, simultaneamente, o hieróglifo do Egito e do Céu. (Guénon)

Egito e Mesopotâmia