A história de Hamlet, que é uma vingança ritual a ser exercida após o assassinato de um pai, deveria ser um modelo de realização pela ação. Mas aborta, em consequência do caráter do herói, oposto à tarefa que deveria ser sua. Esse filho de rei, antigo estudante da Universidade de Wittenberg, é um neurastênico excepcionalmente inteligente, diletante e irônico, que julga do alto e considera derrisória toda ação humana, como o poderia fazer em outra situação um fiel do budismo zen. Deixa-se entretanto arrastar, por indiferença e polidez, num drama cujo final ele prevê e que se torna quase um suicídio por procuração, suicídio ao qual alude desde o seu primeiro monólogo. É em suma um herói do conhecimento arrastado pela necessidade a uma intervenção dramática. Há antagonismo entre sua vocação e seu destino, o que faz abortar este último. (Benoist)
Hamlet
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