A história de Hamlet, que é uma vingança ritual a ser exercida após o assassinato de um pai, deveria ser um modelo de realização pela ação. Mas aborta, em consequência do caráter do herói, oposto à tarefa que deveria ser sua. Esse filho de rei, antigo estudante da Universidade de Wittenberg, é um neurastênico excepcionalmente inteligente, diletante e irônico, que julga do alto e considera derrisória toda ação humana, como o poderia fazer em outra situação um fiel do budismo zen. Deixa-se entretanto arrastar, por indiferença e polidez, num drama cujo final ele prevê e que se torna quase um suicídio por procuração, suicídio ao qual alude desde o seu primeiro monólogo. É em suma um herói do conhecimento arrastado pela necessidade a uma intervenção dramática. Há antagonismo entre sua vocação e seu destino, o que faz abortar este último. [Benoist]
Hamlet
- Paul Arnold (1909-1992)
- Paul Arnold (Shakespeare:11-30) – Illuminisme et cabalisme aux XVIe et XVIIe siècles
- Paul Arnold (Shakespeare:93-99) – Trabalhos de Amor Perdidos
- Paul Arnold (Shakespeare) – Illuminisme et cabalisme aux XVIe et XVIIe siècles
- Paul Arnold (Shakespeare) – l’aspect messianique de l’œuvre de Shakespeare
- Shakespeare (A Tempestade:IV,1): Somos feitos da matéria dos sonhos
- Shakespeare (Romeu e Julieta) – mais dou, mais tenho
- Shakespeare: Tempestade
- William Shakespeare