Para melhor compreender o que se trata, é preciso em primeiro lugar lembrar que Vishnu, ao se manifestar sob a forma de peixe (Matsya), ordena a Satyavrata, o futuro Manu Vaivaswata, que construa a arca na qual deverão ser encerrados os germes do mundo futuro, e que, sob essa mesma forma, ele guia a seguir a arca sobre as águas, durante o cataclismo que marca a separação de dois Manvantaras sucessivos. O papel de Satyavrata é aqui semelhante ao de Seyidna Nuh (Noé), cuja arca contém de igual modo todos os elementos que servirão à restauração do mundo após o dilúvio; pouco importa que a aplicação que dele se faz seja diferente, no sentido de que o dilúvio bíblico, em sua significação mais imediata, parece marcar o início de um ciclo mais restrito que o Manvantara. Mas se não for o mesmo acontecimento, são pelo menos dois acontecimentos análogos, em que o estado anterior do mundo é destruído para dar lugar a um novo estado. (Guénon)

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