A outra grande escola do Mahayana, o Yogacara, desenvolve-se a partir de textos intermédios como o Lahkavatara Sutra e outros, que afirmavam que o universo é uma construção mental e, consequentemente, não seria investido de qualquer «realidade», não sendo ela senão ilusória. Um certo Maitreya, personagem histórico ou mítico (com efeito, Maitreya é o nome do Buda escatológico que está para vir), vê-se investido de um papel fundamental no aparecimento de Yogacara. Mas a difusão destas doutrinas é obra dos irmãos Asariga e Vasubandhu, que desenvolvem a ideia do citra matra («tudo é pensamento»), dando-lhe uma base psico-cósmica no alayavijnana, literalmente «consciência etérica», um receptáculo onde todas as experiências são acumuladas sob a forma de escórias karmânicas e determinam as existências sucessivas. No Ocidente, esta tinha sido a teoria dominante nos começos do gnosticismo, uma corrente platônica radical. Ela tinha sido adotada pela maior parte dos neoplatônicos após Plotino. No Oriente, como no Ocidente, o problema é o de conseguir «arder» sem deixar vestígios destas escórias que nos ligam ao cosmos. (Eliade e Couliano)
Yogacara
TERMOS CHAVES: budismo