Simbolismo
Juan Atienza: Primeira Guia da Nova Consciência
Os “vinte quatro anciãos” é um dos símbolos preferidos dos mestres do arquitetura românica, que os colocavam no arco de acesso ao templo, como uma coroa celestial que conforma a primeira abóboda celeste. Como figura apocalíptica que são, essa colocação corresponde esquematicamente às descrições de Juan de Patmos, que os situa como senado de sabedoria em torno ao Criador. Os exegetas ortodoxos os identificam como a soma dos doze apóstolos e os doze profetas, mas sua presença na iconografia desde o Beato de Liébana aos escultores do século XIII demonstra uma carga de imagens tradicionais que situam estes personagens (e seu número) na linha de uma cifra concreta de mestres da Humanidade. Uma cifra, porque o número 24 é fundamental no mecanismo cíclico do sistema sexagesimal do Cosmo (pois 24 = 4(2 + 4)), produto, segundo o Jerônimo, dos quatro elementos pelos seis dias da Criação. Mas os caldeus já distinguiam, por sua vez, e acima do Zodíaco, 24 estrelas — 12 austrais e 12 boreais —, as quais denominavam Juízes do Universo. No imaginário medieval, os 24 anciãos aparecem como reis coroados, como alquimistas, como mestres de artes e ofícios, ou como anjos. Em qualquer caso como portadores de um saber que, em seu simbolismo profundo, está mais próximo do sincretismo universal que do dogmatismo planificado pelo poder eclesiástico para seus fiéis.
Vinte Quatro
TERMOS CHAVES: número-símbolo