Visualizar é realizar

(Frye1947)

Derivamos da experiência sensorial o poder de visualizar… não visualizamos de forma independente dos sentidos… Mas o que vemos aparecer diante de nós na tela não é uma reprodução da memória ou da experiência sensorial, mas uma nova e independente criação. O “visionário” é aquele que passou pela visão e alcançou o imaginário, nunca o que evitou ver, que não se treinou para ver claramente ou que generaliza entre suas memórias visuais acumuladas… Visualizar, portanto, é realizar. O artista é, por excelência, aquele que luta para transformar sua percepção em criação, sua visão em imaginação; e a arte é uma técnica de realizar, por meio de uma ordenação da experiência sensorial pela mente, uma realidade superior à experiência linear não selecionada ou a uma evocação indireta dela.


O mundo da memória é um mundo irreal de reflexões e ideias abstratas; o mundo da visão é um mundo potencialmente real de sujeitos e objetos; o mundo da imaginação é um mundo de criadores e criaturas. No mundo da memória, não vemos nada; no mundo da visão, vemos o que temos que ver; no mundo da imaginação, vemos o que queremos ver.

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