Annick de Souzenelle: Excertos de «Pour une mutation intérieure»
O “Nada” em hebreu, ‘Ain, é o primeiro Nome divino revelado do Inominável.
“Deus criou tudo de nada”. ‘Ain é também uma interrogação “onde? ” sobre a qual repousa o criado; onde? se não no coração de toda coisa que funda e da qual aprendemos bem rápido que lhe confere seu ser (a palavra Res, a “coisa” em latim não a etimologia do substantivo francês “rien”?. Este “Nada” (Rien) é uma pequena “coisa”; no Homem é uma “Semente”, Zer’a em hebreu e em árabe. Ser’a é o “zero”; ao invés de Siphr, etimologia comumente admitida da palavra “zero”, esta etimologia me parece ser Zer’a; este zero não é nada, mas sobre ele dançam todas as matemáticas! Zer’a “Semente” divina é este “Nada” que funda todo o ser em seu Nome secreto, a Imagem divina na qual ele é criado. Presença de uma ausência!
Uma imagem imediata nos permite talvez de nos aproximar à antinomia: quando em homeopatia um corpo é diluído, dinamizado, depois ainda diluído até que não reste mas nada dele, então uma espécie de memória dele age com uma força inimaginável. Mas “onde” está este corpo que não vimos e tocamos senão a casca dura, mas inoperante? Remetido ao mais impalpável, ao mais sutil dele, a sua total extinção (mas aonde?) em sua “Semente” não conhecível, ele opera! Presença de uma ausência!