IBN ARABI — FUSUS AL-HIKAM — OS ENGASTES DE SABEDORIA
Pode-se perguntar por que alguém deveria entrar em uma rede mágica para seguir a linha de pensamento que, por ser de natureza mística e de estilo árabe, sempre permanecerá muito estranha à nossa. Por que não deixar que os especialistas se dediquem a analisar essa obra que foi considerada obscura até mesmo por alguns dos contemporâneos do autor? Para tudo isso, a resposta pode ser dada: porque “a verdade é uma só” e é espiritualmente reconfortante descobri-la escondida sob as mais diversas aparências. Obviamente, estamos falando aqui da verdade espiritual e eterna e não daquela verdade totalmente externa que pode ser medida pela ciência. Reconhecemos a verdade eterna e universal porque a encontramos nas profundezas de nosso próprio ser, em nosso coração.
Os únicos livros que merecem nossa atenção são aqueles que brotam do coração e, por sua vez, falam ao coração”, dizem os sufis, e com a palavra “coração” eles não se referem à fonte de sentimentos psicológicos, mas a algo muito mais profundo. O “coração” pode ser entendido como o próprio centro de nosso ser psicofísico, como o ponto de encontro da alma e da mente ou, mais precisamente, como o ponto focal onde a mente, que em si mesma é todo conhecimento ou luz, é refletida no espelho da alma. Antecipamos, então, um dos principais temas do livro de Ibn ‘Arabi, uma obra que trata essencialmente do papel de vários profetas na revelação. Ibn ‘Arabi cita cerca de 27 profetas, todos mencionados no Alcorão; cada um deles é como um vaso da Sabedoria divina que, devido a esse fato, assume a natureza humana com suas limitações, permanecendo uno e indivisível em si mesmo. “A água deriva sua cor do recipiente que a contém”, afirma o sufi al-Junaid. Essa lei, que coloca em oposição a luz da revelação e um plano que a reflete e a limita, é repetida em todos os níveis do macrocosmo e do microcosmo, do mundo e do homem. Agora começamos a supor a importância dessa teoria para a revelação profética. [Titus Burckhardt, Prefácio de AustinFusus]
Tentativa, em construção, de um esquema-resumo com base na tradução de R. W. J. Austin (indicada acima), com prefácio de Titus Burckhardt. Este esquema será utilizado para inclusão de citações, excertos, comentários, notas, e referências que permitam um melhor entendimento desta importante obra. Veja também as considerações sobre o título do livro de Caner Dagli e a apresentação de Titus Burckhardt.
OS ENGASTES DE SABEDORIA
- PREFÁCIO
- A SABEDORIA DO DIVINO NO VERBO DE ADÃO
- A SABEDORIA DA EXPIRAÇÃO NO VERBO DE SETH
- A SABEDORIA DA EXALTAÇÃO NO VERBO DE NOÉ
- A SABEDORIA DA SANTIDADE NO VERBO DE ENOQUE
- A SABEDORIA DO AMOR RAPTOR NO MUNDO DE ABRAÃO
- A SABEDORIA DA REALIDADE NO VERBO DE ISAQUE
- A SABEDORIA DO SUBLIME NO VERBO DE ISMAEL
- A SABEDORIA DO ESPÍRITO NO MUNDO DE JACÓ
- A SABEDORIA DA LUZ NO MUNDO DE JOSÉ
- A SABEDORIA DA UNIDADE NO VERBO DE HUD
- A SABEDORIA DA ABERTURA NO VERBO DE SALIH
- A SABEDORIA DO CORAÇÃO NO VERBO DE SHUAIB
- A SABEDORIA DA MAESTRIA NO VERBO DE LOT
- A SABEDORIA DO DESTINO NO VERBO DE EZRA
- A SABEDORIA DA PROFECIA NO VERBO DE JESUS
- A SABEDORIA DA COMPAIXÃO NO VERBO DE SALOMÃO
- A SABEDORIA DO SER NO VERBO DE DAVI
- A SABEDORIA DO ALENTO NO VERBO DE JONAS
- A SABEDORIA DO INVISÍVEL O VERBO DE JÓ
- A SABEDORIA DA MAJESTADE NO VERBO DE JOÃO
- A SABEDORIA DO DOMÍNIO NO VERBO DE ZACARIAS
- A SABEDORIA DA INTIMIDADE NO VERBO DE ELIAS
- A SABEDORIA DA VIRTUDE NO VERBO DE LUQMAN
- A SABEDORIA DA LIDERANÇA NO VERBO DE ARÃO
- A SABEDORIA DA EMINÊNCIA NO VERBO DE MOISÉS
- A SABEDORIA DO RECURSO NO VERBO DE KHALID
- A SABEDORIA DA SINGULARIDADE NO VERBO DE MAOMÉ