“Enquanto o Onipresente revela sua própria Essência em sua plenitude a certos sujeitos conscientes, ele a revela gradualmente a outros (I., 140).
A revelação de sua Essência — essa natureza única e universalmente presente — é o Conhecimento supremo para o indivíduo. Outra forma de Conhecimento, inferior, tem muitos aspectos. Ela pode se revelar por meios diretos (a via divina) ou por meios indiretos que procedem dela e que diferem de várias maneiras (141)”.
A via divina ou a via da vontade
“O que é imediatamente evidente no limiar do conhecimento no campo da unidade, sem qualquer pensamento diferenciador, esse campo de pura autoconsciência global, é chamado de via divina.
Assim, com os olhos bem abertos, o que se revela intensamente e com total clareza a certos seres extraordinários, sem que eles tenham que visar a um objetivo, é a natureza divina.” (A glosa especifica que essa via é caracterizada pelo florescimento ininterrupto da energia da vontade). (146-147.)
A via da energia ou do conhecimento
“Se, repetidamente, por meio de uma busca intelectual progressiva por uma certeza composta de pensamentos purificados como “este universo é o Si”, alcançamos uma autoconsciência global e indiferenciada, diz-se que essa via é cognitiva (148).”
A via do indivíduo ou da atividade
“Por outro lado, a eficiência que opera em relação à realidade objetiva e corresponde às operações desse conhecimento é considerada a via da atividade.
Mas a diferença entre essas via não implica em nada no que diz respeito à liberação, sendo a meta única, o próprio Śiva (149).
As distinções de via e meta a serem alcançadas repousam em um erro peculiar ao conhecimento grosseiro inerente à energia da atividade, que, gerando diversidade, é a única causa de escravidão e liberação (145)”.
Extrait d’Hermès I (HermesI 1981, p. 148)