De acordo com o ponto de vista que apresentei em meu tratado “Sobre o poder da adivinhação e da crença”, o homem, como órgão de Deus (colaborador), deveria agir como intermediário entre Deus e a natureza ininteligente considerada como um instrumento. (Na realidade, deveríamos dizer, a natureza não inteligente com a natureza inteligente, já decaída ao mesmo tempo). Por causa de sua decadência em relação a Deus (em relação à lei moral), porque essa lei perdeu seu caráter humano, a natureza ininteligente (como diz a Bíblia) também se levantou contra o homem; e é somente por meio da reencarnação da lei moral (e essa encarnação deve ter recebido raízes ainda mais profundas após a queda. Cf. Sur la notion du temps, 1818, p. 21), ou seja, pela restauração do órgão como imagem de seu princípio, pois a lei é transformada em órgão e até mesmo em instrumento (pois o órgão teve a audácia de se colocar como um princípio, e o instrumento, por sua vez, se colocou contra o órgão e se ergueu contra ele) que essa natureza poderia mais uma vez ser subordinada, como deveria ser, ao homem, e que a falsa espontaneidade dessa natureza (como spiritus mundi) poderia mais uma vez ser acalmada como um furacão furioso, e poderia mais uma vez se tornar uma coisa para o homem depois de ter sido uma pessoa para ele. Pois o homem (tendo perdido seu imperium in naturam) ficou paralisado pela natureza.
Baader (FC:I.7d) – o homem como órgão de Deus
- Baader (BBPL) – confusão panteísta de Deus com a criação
- Baader (BBPL) – Somente a alma rica ama
- Baader (FC:I.1 nota a) – torno-me o princípio que me orienta
- Baader (FC:I.1) – fazendo o bem, torna-se bom; fazendo o mal, torna-se mau
- Baader (FC:I.10) – manifestação e criatura
- Baader (FC:I.2) – erro fundamental do panteísmo
- Baader (FC:I.3) – só se é tentado por seu próprio desejo
- Baader (FC:I.32) – subordinação
- Baader (FC:I.33) – infinito e finito
- Baader (FC:I.4) – livre-arbítrio e liberdade