Baader (FC:I.33) – infinito e finito

Hegel está perfeitamente certo ao distinguir o infinito ruim do infinito verdadeiro; e da mesma forma não é menos correto distinguir a finitude ruim da finitude verdadeira, e não chamar de ruim o finito como tal, mas sim reconhecer que o subjetivo que deve ser apenas subjetivo, o finito que deve ser apenas finito, o infinito que deve ser apenas infinito, etc., não têm verdade (Encyclopédie, p. 113). Assim, quando Hegel declara (p. 278) “que a substância espiritual que no medo da morte libera seu conteúdo bem como sua realidade particular ou consciência (pessoal) de sua limitação (esta última considerada fora do infinito ou mesmo contra ele) eleva essa consciência ao infinito”, essa frase deve ser interpretada da seguinte maneira: a resolução que triunfa sobre o medo (ruim) da morte torna essa consciência particular verdadeira como tal, por meio do “sacrifício” da individualidade ruim, da aparência de individualidade, transpondo essa consciência da região do finito ruim para a do verdadeiro. Por meio dessa transposição, vemos surgir na mesma consciência individual ou na mesma pessoa, em lugar do medo ruim da morte, o respeito e o amor — que se funda nesse respeito — do infinito “enquanto soberano e amigo da vida”. Além disso, não é a consciência individual que se eleva ao infinito pelo ato mencionado acima; ela se acha elevada a ele por esse ato.

[BAADER, Franz von. Fermenta cognitionis. Eugène Susini. Paris: Albin Michel, 1985, p. 63]

Franz von Baader