O conceito de cit/caitanya/saṁvit é um exemplo clássico. Em primeiro lugar, os três termos não são estritamente sinônimos, mas foram uniformemente traduzidos por “consciência”, às vezes com o adjetivo “puro” ou “absoluto”. Ernst Fürlinger dedicou um capítulo de seu livro The Touch of Śakti à pergunta: “É cit consciência?”1 Sua conclusão, depois de passar por argumentos sobre as implicações filosóficas da “consciência”, “Bewusstsein”, na filosofia ocidental, leva à sugestão de deixar esses termos sem tradução. Mas isso não resolve a questão da comunicabilidade — afinal de contas, o leitor tem o direito de se conectar ao significado sem precisar consultar o glossário a todo momento.
O problema da citação levanta a questão do entendimento ou mal-entendido entre o Oriente e o Ocidente do termo “consciência”: A filosofia e a psicologia ocidentais definitivamente a entendem como consciência individual. A filosofia indiana definitivamente entende cit como universal — não se pode falar da cit de uma determinada pessoa, embora a pessoa possua, participe da cit (dependendo do sistema filosófico, dualista, não dualista, etc.). Uma solução intermediária é, sem dúvida, traduzir o termo, talvez colocá-lo em letra maiúscula, e colocar o sânscrito entre parênteses.
E. Fürlinger, The Touch of Śakti, PP. 40-53. ↩