Uma e a mesma Persona pode ser considerada ontologicamente a partir de mais de um ponto de vista ou nível de referência. Em uma disposição tríplice, ele é (1°) a Persona no olho ou coração; (2°) a Persona no Sol; e (3°) a Persona no Raio; e essas Personas então assumem as “envolturas”, respectivamente vegetativa (anna-maya), intelectual (mano-maya) e beatífica (ananda-maya), de acordo com as quais o Brahma pessoal é “existente-inteligente-beatificado (sac-cit-ananda)” e logicamente diferenciado do Brahma impessoal “inexistente (asat)”, embora nenhuma distinção real possa ser feita na Identidade Suprema de “Isso (tad ekam)” que é tanto “existente quanto inexistente (sad-asat)”. Esses dois são o “Deus” e a “Divindade” de Mestre Eckhart e, como ele diz, “deves saber o que são Deus e a Divindade”; ele usa a expressão “livre como a Divindade em sua inexistência” e diz que “onde esses dois abismos pairam, igualmente exalados, despiram-se, existe a Essência Suprema”. Entender-se-á que, como tal, nossa psicologia afirmativa (pneumatologia), bem como a teologia afirmativa, com a qual ela realmente coincide, refere-se a “Deus” como Ser (ens simpliciter), enquanto a psicologia negativa, que procede por meio da negação (neti, neti; na ME so atta ) refere-se a um Si residual, mas inefável, e, portanto, não se limita ao seu fim, mas se estende à unidade absoluta (ekatvam) ou solidão (kevalatvam) que transcende a distinção de naturezas (Katha Upanishad III. 11; Maitri Upanishad IV.6, VI.21; Bhagavad Gita XV.16, 17; etc.). (Ananda Coomaraswamy: Coomaraswamy Persona)