A maioria dos traços característicos do Homem Perfeito já foi mencionada explícita ou implicitamente nos capítulos anteriores. Alguns deles foram totalmente discutidos, enquanto outros foram abordados de forma superficial. Além disso, já apontamos repetidamente que o Homem Perfeito, conforme entendido por Lao-tzu e Chuang-tzu, nada mais é do que a personificação do próprio Caminho. O Homem Perfeito é “perfeito” porque ele é uma imagem pessoal exata do Caminho. Nesse sentido, ao descrever a natureza e a atividade do último, pode-se dizer que estamos descrevendo o primeiro. Assim, em um certo aspecto, todos os capítulos anteriores podem ser considerados como uma descrição das propriedades caracterizadoras do Homem Perfeito. Já estamos bastante familiarizados com o conceito taoista do Homem Perfeito. E o presente capítulo necessariamente assumirá a forma de uma mera recapitulação sistemática do que foi discutido no decorrer deste livro a respeito do Homem Perfeito.
Vamos começar repetindo a observação mais básica sobre o conceito do Homem Perfeito, a saber, que ele é um homem completamente unificado e unido ao Caminho. Quando um homem, no curso de sua disciplina espiritual, atinge o estágio final da Iluminação, um estágio no qual não resta nenhum traço de seu “ego” e, portanto, nenhuma discrepância entre “ele mesmo e o Caminho” — isso marca o nascimento de um Homem Perfeito. Lao-tzu chama esse estágio de “abraçar o Um”.