Julius Evola: Tradição Hermética [JETH]
Assim, o Mercúrio hermético, «Basilisco Filosófico», que actua como um raio (recorde-se o raio que abateu os titãs), corresponde ao prâna, à força de vida que na tradição hindu se chama também «causa suprema de estremecimento» (it. spavento) e «raio controlado» que, no entanto, «torna imortal quem o conhece».
Na mitologia assíria, o deus Merodak (Marduk) tem raios em ambas as mãos quando combate contra o monstro do Caos, Tiamat. Este combate simbólico conduz-nos à fase seguinte, a da «separação».
Este mercúrio ☿ não se deve naturalmente confundir com o Mercúrio Originário; esse em que falámos acima, esse que não é o Originário, é já impuro, «terrestre». O seu signo ☿ exprime o estado dos elementos + numa natureza ੪ que se sujeita à lei lunar das transformações (posição superior da Lua em relação ao signo da substância indiferenciada Ο).
Alquimicamente, o Espírito é Mercúrio. Assim, também no signo desta substância simbólica encontraremos uma duplicação em ☿ e . «O segundo destes signos corresponde ao Mercúrio Duplo, ou Andrógino, que tem natureza de Água ignificada» ou «Ardente» expressões que demonstram a sua unidade com o princípio Fogo ou Alma. E de fato o seu signo é obtido do Mercúrio comum ☿ com a substituição do signo do Carneiro ou Áries ♈︎, o Enxofre em estado puro, pelo da Lua em ascendência. Trata-se, portanto, de forças de vida penetradas por uma qualidade viril espiritual, que revela o ascendente do ☉, o Ouro ou Alma. Posto isto, a quadripartição (v. Quatro) pode ser exposta.