Prakriti

PRAKRITI OU Pradhana
VIDE: Água, Essência, Mula-Prakriti, Natureza Primordial, Possibilidade, Purusha, Shakti, Substância


René Guénon:
Segundo o estudo do pensamento de René Guénon, de Vicenza, Dictionnaire de René Guénon:

Prakriti, um dos dois pólos da Manifestação com Purusha, é o princípio passivo feminino indiferenciado, a substância primordial. Primeiro dos vinte cinco princípios (tattwas) que constituem a base do Guenon Sankhya, Prakriti recebe sua determinação de Purusha. Longe portanto de ser uma “causa eficiente”, quer dizer uma causa que seria auto-suficiente, que poderia ser para ela mesma sua própria cuasa, Prakriti está sob a dependência direta de Purusha. Prakriti é de fato uma espécie de “Natureza Primordial” que, “mesmo sendo una em sua indistinção”, contém nela mesma uma triplicidade que, em se atualizando sob a influência “ordenadora” de Purusha, dá nascimento a suas múltipla determinações. Princípio plástico, Prakriti (ou Pradhana) é a substância contendo em potência todas as possibilidades de manifestação, substância a partir da qual são produzidas, na ordem manifestada, “as modificações pelo desenvolvimento mesmo destas possibilidades, ou para empregar a linguagem aristotélica, por sua passagem de sua potência ao ato”. É dito que, simbolicamente, a Água que reflete a luz solar, é comprável à Prakriti, imagem característica da “Passividade Universal que se encontra em todas as tradições, imagem da Possibilidade, signo das “Águas Primordiais” sobre as quais sopra o Espírito de Deus (Gênesis). Aspecto potencial do Ser Universal, Prakriti representa em potência o conjunto das possibilidades da Manifestação, quer dizer a “raiz” essencial e substancial. A este título, pode-se dizer que Prakriti, vis a vis de Brahma, é sua Shakti, sua “Vontade Produtora” que é propriamente a “toda potência” (ativada “não-agente” quanto ao Princípio, se tornando passividade quanto à Manifestação. Fruto da primeira distinção do Ser que, bem além de toda distinção mas enquanto Ishwara é também savisheha (“implicando a distinção”), não é menos uma determinação primeira, Prakriti, a “substância” inicial, aparece como uma fonte no seio da qual subsistiria a totalidade das possibilidades formais da Manifestação. Prakriti é portanto a Shakti de Brahma, enquanto poder de produção e de fecundação, poder passivo e força produtora original, a substância fundamental e primordial.


Índia e China