Esta coleção, escrita em meados de nosso século e, portanto, antes da maioria de nossos outros livros, difere deles por não consistir em artigos propriamente ditos, mas em extratos de cartas, notas de leitura e reflexões que surgiram sem causa ocasional e que foram coordenadas posteriormente na forma de capítulos. De qualquer forma, Perspectivas Espirituais e Fatos Humanos contém considerações que não abordamos em nossos livros subsequentes, notadamente sobre o tema do Cristianismo, Vedanta, psicologia espiritual e, incidentalmente, sobre o simbolismo das cores; no que diz respeito a essa psicologia, não é preciso dizer que a moralidade intrínseca, considerada em profundidade, constitui uma mensagem que não pode envelhecer e que, portanto, continua sendo uma mensagem urgente para o homem em si mesmo, o homem de todos os tempos. Portanto, embora nossas obras posteriores contenham uma doutrina completa — sophia perennis ou, se preferir, tradicionalismo integral —, parece-nos que a presente coleção merece ser preservada do esquecimento, pelas razões que acabamos de apresentar.
Talvez pudéssemos acrescentar que a verdade não pode ser um mérito, uma vez que não pertence a ninguém e a todos; é um dom imanente e transcendente. E, de um ponto de vista ligeiramente diferente, lembremo-nos de que, de acordo com um antigo adágio indiano, “não há direito maior do que o da verdade”.