Wei Wu Wei (TM:36) – Opostos éticos e afetivos

Nenhuma ação pode ser ‘certa’ ou ‘errada’, porque não existe algo como ‘ação’ volitiva; e a ação não volitiva, sendo inevitável, não pode ser qualificada de forma alguma. Portanto, não pode haver nada que possa ser qualificado como um ou outro, e nenhum deles tem qualquer existência que não seja como um julgamento arbitrário sem base factual.

“Gostar” e “não gostar” também são reações afetivas por parte de uma pseudo-entidade que, como tal, tem apenas uma existência conceitual. Como expressões relativas de uma inferência, não têm validade alguma, seja como tal ou em suas expressões mais desenvolvidas como “amor” e “ódio”. Sua diferença, portanto, é apenas aparente.

Todos os adjetivos são nulos, porque nenhum substantivo ao qual possam ser associados tem qualquer existência, exceto como um conceito. Portanto, a diferença de cada um deles em relação ao seu oposto só pode ser uma interpretação fenomênica.

‘Resultado’ e ‘método’ são um, o que significa que nenhum é causa ou efeito do outro; ‘métodos’ podem seguir ‘resultados’ em uma sequência temporal, o que significa que podem parecer resultar de ‘resultados’ e vice-versa, mas são manifestações opostas desprovidas de diferença, exceto como aparência. Oferecem um meio pronto de perceber que causa/efeito também não são separados na origem.

Isso se aplica também à “diferença” e à “identidade” (como não-diferença), que devem dispor dos “opostos” — que não são nem diferentes nem idênticos (como não-diferentes); e também à visão dessa vacuidade mútua e à não-visão dela (como não estar consciente de não vê-la), pois todas são percepções simultâneas e ao mesmo tempo espontâneas.

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