Os fenômenos e o espaço-tempo são inseparáveis: sua aparência é interdependente.
Noúmeno é a não espacialidade e a atemporalidade: a própria ausência de todos os conceitos que precisam de extensão.
O espaço-tempo, então, é visto como uma porta aberta para a compreensão metafísica.
Enquanto o conceito de espaço-tempo estiver presente, somente a compreensão fenomenal será possível, pois somente a compreensão fenomenal é estendida no espaço e na duração.
A ausência do conceito de espaço-tempo deixa a noumenalidade onipresente (onipresente e eterna), pois não há mais um espaço ou uma duração em que qualquer coisa objetiva possa se estender.
Essa abolição, o desaparecimento do espaço-tempo, então, nos deixará integralmente o que somos.
A Grande Piada, portanto, é vista como a apreensão de que nosso suposto “cativeiro” é nossa dependência da noção de espaço-tempo, que é a única responsável pela ilusão da qual depende a noção de “cativeiro”.
Nota: Fenomenicamente, não podemos conhecer o presente, uma vez que ele deve estar no ‘passado’ antes que nossos sentidos possam completar o processo de registrá-lo, deixando apenas um passado e um futuro supostos; noumenalmente, não há questão de ‘passado’ ou ‘futuro’, mas apenas uma presença que não conhece nem ‘tempo’ nem ‘espaço’.