Quanto aos Anjos (dos quais é questão no relato corânico da criação de Adão), representam certas faculdades desta “forma” do mundo, que os sufis chamam o “Grande Homem” (al-insan al-kabir), de modo que os Anjos são para esta aquilo que as faculdades espirituais e físicas são para o organismo humano. Cada uma dessas faculdades (cósmicas) se encontra como velada por sua própria natureza; ela não concebe nada que seja superior a sua essência (relativa); porque há nela qualquer coisa que pretende ser digna de alto escalão e de toda morada elevada próxima de Deus. Isto é assim porque ela participa (de certa maneira) na síntese divina (al-jam’-iyat al-ilahiyah) que rege aquilo que se mantém, seja ao lado divino (al-janab al-ilahi), seja ao lado da Realidade das realidades (haqiqat al-haqaiq), seja ainda — por este organismo, suporte de todas as faculdades — à Natureza Universal (tabi’at al-kull); esta engloba todos os receptáculos (gawabil) do mundo, de seu cimo a seu fundo. Mas isto, a razão discursiva não o compreenderá, pois esta ordem de conhecimento depreende-se unicamente da Intuição divina (al-kashf al-ilahi); é por ela somente que se conhecerá a raiz das formas do mundo, enquanto são receptivas a respeito dos espíritos que o regem (razão).
Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria divina no verbo adâmico §2
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- Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria da inspiração divina no verbo de Seth §10
- Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria da inspiração divina no verbo de Seth §11
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- Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria da inspiração divina no verbo de Seth §13
- Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria da inspiração divina no verbo de Seth §14
- Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria da inspiração divina no verbo de Seth §15