AYAN — ESSÊNCIAS
VIDE: ayn; essência

Traduzimos aqui a’yan por “essências”, posto que se trata das essências dos Nomes, por oposição com suas formas verbais ou ideais. O objeto da “visão” divina reside nas possibilidades essenciais que correspondem aos “Nomes muito perfeitos”, a saber os “aspectos” universais e permanentes do Ser. Quando se fala da Essência una e única de todos os Nomes ou Qualidades divinas, emprega-se o termo adh-dhat. (Titus Burckhardt)

Caner K. Dagli: The Ringstones of Wisdom

Na sentença de abertura pode-se entender a frase «suas identidades» (suas essências) de duas maneiras. A primeira é uma leitura da identidade como a essência particular de cada Nome, significando que o Real queria ver cada essência ou ser de cada Nome divino. A segunda é compreender «suas» como significando uma dependência ontológica, significando que o Real queria ver as identidades que pertencem em última instância aos Nomes. Compreendida a primeira maneira, as identidades dos Nomes são suas próprias identidades ou essências e não se referem a nada acima ou abaixo do nível ontológico dos Nomes divinos. Compreendida a segunda maneira, elas são formas no conhecimento de Deus, que como vimos carregam o nome «identidades imutáveis». Ibn Arabi nos diz que poderia ter igualmente dito que o Real queria ver sua própria Identidade. A equivalência da visão das identidades e da visão da Identidade é baseada na unicidade do Nomeado. Infinito quanto possa ser os Mais Belos Nomes, só podem nomear uma única Identidade, e como veremos as identidades elas mesmas expressam os Nomes de Deus. Cada identidade é um Nome da Identidade, e assim ver a totalidade das identidades não é nada mais que ver a única Identidade.



Caner K. Dagli