Além disso, na teosofia sohravardiana da Luz, toda a teoria platônica das Ideias é interpretada em termos de uma angelologia zoroastriana. Expresso em termos de uma metafísica das essências, o dualismo sohravardiano da Luz e das Trevas leva à exclusão da possibilidade de uma física, no sentido peripatético da palavra. Uma física da Luz só pode ser uma angelologia, porque é a Luz que é a vida, e a Vida é essencialmente Luz. O que chamamos de corpo material é, em essência, noite e morte; é um cadáver. São os anjos, “senhores das espécies” (os Fravartis do mazdeísmo), que, pelos diferentes graus de intensidade de sua luminescência, causam as diferenças das espécies. Nunca pode ser o corpo natural que explica essas diferenças. O que o peripatetismo considera ser o conceito de uma espécie, o universal lógico, não é mais do que os restos de um anjo.