Do mesmo modo, embora sejamos qualificados, sob todos os aspectos, pelas qualidades que pertencem a Deus mesmo, há (entre Ele e nós) uma diferença certa, a saber nossa dependência a Seu respeito, para aquilo que é do Ser, e nossa conformidade essencial a Ele, em razão de nossa possibilidade mesma; mas Ele é independente de tudo aquilo que faz nossa indigência. É neste sentido que se deve entender a eternidade sem começo (al-azal) e a ancianidade (al-qidam) de Deus, que abolem portanto a primazia (al-awwaliyah) divina significando a passagem da não-existência à existência embora Deus seja o Primeiro (al-awwal) e o Último (al-âkhir), Ele não pode ser chamado o Primeiro no sentido temporal, pois Ele seria então o Último segundo o mesmo sentido; ora as possibilidades de manifestação não têm fim: elas são inesgotáveis. Se Deus é chamado o Último, é que toda realidade pertence finalmente a Ele, depois de ter sido rendida a nós: Sua qualidade de Último é essencialmente Sua qualidade de Primeiro, e inversamente.
Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria divina no verbo adâmico §12
- Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria divina no verbo adâmico §16
- Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria divina no verbo adâmico §17
- Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria divina no verbo adâmico §18
- Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria divina no verbo adâmico §19
- Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria divina no verbo adâmico §2
- Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria divina no verbo adâmico §20
- Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria divina no verbo adâmico §21
- Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria divina no verbo adâmico §22
- Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria divina no verbo adâmico §3
- Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria divina no verbo adâmico §4