A ORIGEM CELESTE DA ALMA
I. As fontes filosóficas
Outro caráter põe a natureza da alma em relação direta com a natureza das Ideias, ou de Deus concebido como o Intelecto supremo que pensa as Ideias. Festugière resume aqui o argumento de Albino: «o ser da alma é de aportar vida. Ora aquilo que aporta a vida não é suscetível de morte. Logo a alma é imortal. Enquanto imortal, a alma é indestrutível. Ela é com efeito uma essência incorporal, imutável quanto a seu ser fundamental (hypostasis), inteligível, invisível, simples na sua forma; portanto, ela é incomposta e não sofre nem dissolução nem dispersão. Por estes traços, a alma se assemelha ao Inteligível o qual também, por natureza, não sofre nem dispersão nem destruição. Além do mais, a alma tem naturalmente o papel de chefe. Ora aquilo que tem naturalmente papel de chefe se assemelha ao Divino. Logo a alma, posto que se assemelha ao Divino, é indestrutível e não passageira». A alma se assemelha portanto ao Inteligível, e se tomarmos outras colocações chegamos à conclusão que a alma se assemelha a Deus mesmo. Pois Deus, sendo sem partes, é imutável e inalterável, logo incorporal. Além do mais, se Deus tivesse um corpo, seria corruptível, engendrado, suscetível de mudança: o que é absurdo no caso de Deus.
II. A gnose pagã
- O hermetismo
- A. Poimandres e Corpus Hermeticum
- B. Asclépio
- C. Kore Kosmou
- Gnoses aparentadas ao hermetismo
- A. Numénius
- B. Porfírio
- C. Jâmblico
- D. Arnóbio
- E. Oráculos caldaicos
- F. Gnósticos de Plotino