Na economia dos meios espirituais, a beleza, que é positiva e misericordiosa, é, de certa forma, a antítese do ascetismo, que é negativo e implacável; no entanto, um sempre contém algo do outro, porque ambos derivam da verdade e a expressam de diferentes pontos de vista.
A busca pelo desagradável é justificada na medida em que é uma forma de ascetismo; mas não deve ir tão longe quanto o culto ao feio, porque então estaria negando um aspecto da verdade. Em uma civilização que ainda era totalmente tradicional, a questão dificilmente poderia ter surgido; a feiura era mais ou menos acidental. Foi somente no mundo moderno que ela se tornou uma espécie de norma ou princípio; a beleza é vista como uma especialidade, até mesmo um luxo, daí a frequente confusão, em todos os níveis, entre feiura e simplicidade.
Em nosso tempo, o discernimento da forma assume particular importância: o erro aparece em todas as formas que nos cercam e nas quais vivemos; ele corre o risco de envenenar nossa sensibilidade, até mesmo nossa sensibilidade intelectual, introduzindo uma espécie de falsa indiferença, dureza e trivialidade.
- Papel da beleza na espiritualidade
- Importância do discernimento das formas, o sentido das formas
- A estética verdadeira/o estetismo ignorante e profano
- A Beleza, espelho da felicidade e da verdade
- Satanismo moderno/culto do feio
- Papel da arte — Arte sagrada, Beleza dos santuários
- O naturalismo. A mania de originalidade. O sincerismo.
- A poesia, a música, a arquitetura, a pintura
- O templo, o palácio, a casa, a vestimenta
- Arte cristã, Renascimento
- Arte hindu
- Arte do Islã
- Costumes e civilização
- Arte e símbolo
- Os aspectos simbólicos e qualitativos das cores
- Simbolismo e natureza das coisas
- Os milagres nas hagiografias
- Os estados póstumos, céu e inferno
- A geografia sagrada: a montanha, alpinismo/profanação
- A natureza como santuário nos povos nômades (peles-vermelhas), florestas
- Animais e qualidades
- Touro, cordeiro, pomba, cisne, búfalo, camelo, urso, tigre, leão, águia, porcos, hienas, macacos, (abelhas, borboletas, joaninhas)