tradução
O que é denominado ‘bodhi’ é a fonte numenal tanto do ‘escutar’ quanto do ‘escutado’, do som fenomenal e do escutar o som, do objeto auditivo e dos meios subjetivos de sua percepção sensorial.
A mente-que-escuta, como a mente-que-vê, a mente-que-sente, a mente-que-conhece, todo aspecto aparentemente diferente da mente sensorial é ‘bodhi’. Como tal, todos os aspectos da mente são subjetivos.
‘Som’ é a escuta do som. ‘Escuta’ é a fonte da escuta. Toda percepção sensorial é uma expressão de nossa natureza como ‘bodhi’.
A recepção de todas as percepções sensoriais é passiva, mas sua fonte é ativa. Fenomenalmente objetivas, noumenalmente são subjetivas – e sua natureza é chamada de ‘bodhi’.
Mas a natureza de todos os objetos é sua subjetividade, posto que como objetos são apenas aparições, da mesma forma que a única natureza das sombras é sua substância.
A natureza subjetiva de todas as percepções sensoriais é, portanto, ‘bodhi’, que é a nossa natureza como ‘percebedores’ fenomenais.
Como ‘bodhi’, sou a luz que não pode conhecer a escuridão (ou a luz), o canto que não pode conhecer o silêncio (ou o som).
Podemos dizer que todo som imaginável pode parecer ter sido produzido, mas nenhum som foi escutado.
Por que é assim? O que poderia haver para emitir um ‘som’? Quem poderia haver para escutar um?
Original
What is termed ‘bodhi’ is the noumenal source of both ‘hearing’ and ‘heard’, of phenomenal sound and the hearing of sound, of the auditory object and of the subjective means of its being sensorially perceived.
The hearing-mind, like the seeing-mind, feeling-mind, knowing-mind, every apparently different aspect of sensorial mind is ‘bodhi’. As such, all aspects of mind are subjective.
‘Sound’ is the hearing of sound. ‘Hearing’ is the source of hearing. All sensorial perceiving is an expression of our nature as ‘bodhi’.
The reception of all sense-perceptions is passive, but their source is active. Phenomenally objective, noumenally they are subjective — and their nature is called ‘bodhi’.
But the nature of all objects is their subjectivity, since as objects they are only appearance, much as the only nature of shadows is their substance.
The subjective nature of all sense-perceptions, therefore, is ‘bodhi’, which is our nature as phenomenal ‘perceivers’.
As ‘bodhi’ I am the light that cannot know darkness (or light), the singing that cannot know silence (or sound).
We can say that every imaginable sound may seem to have been made, but no sound has ever been heard.
Why is that? What could there be to make a ‘sound’? Who could there be to hear one?