O pensamento é discursivo e, portanto, está sujeito à serialidade do tempo. É por isso que o pensamento deve ser evitado na tentativa de despertar para a intemporalidade, e é a única e suficiente razão para tal evitar.
O “pensamento único” ou “pensamento do Absoluto” ou “pensamento Absoluto”, de acordo com a fantasia do tradutor, mencionado por Shen Hui, é não discursivo, instantâneo, espontâneo e sem duração cognoscível. Qualquer duração que adquira é adquirida fenomenalmente, sujeita ao espaço-tempo, interpretada como uma reflexão posterior, o que significa que a apreensão original se torna dualisticamente compreensível. Quando isso acontece, o “pensamento único” já foi perdido, e o despertar foi contornado.
Todo “evento” que se torna dialeticamente compreensível está sujeito ao espaço-tempo. Numenalidade é inteiramente intemporal, e somente o intemporal é o-que-somos, em oposição ao temporal, que é a nossa aparência manifesta como espaço-tempo. Toda experiência sensorial é temporal; somente quando a mente está “jejuando” é que estamos em um estado de disponibilidade. Essa é a explicação, simples e óbvia, do ensinamento essencial dos Mestres, bem como dos “métodos” imaginados e sugeridos para nos tornar disponíveis para a reintegração na intemporalidade consciente.
A conceitualidade, portanto, é uma barreira absoluta à integração direta. Essa compreensão deve abolir todos os aparentes “mistérios” doutrinários. As religiões tentam ensinar isso, mas sem entender; elas fazem disso um mistério sagrado e erguem sobre ele uma estrutura esmagadora de mitologia abstrata e concreta. Sem dúvida, pode ser um caminho, mas é necessariamente desonesto ao extremo.