Alguns pensadores intelectualmente fracos, partindo do dogma de que Deus faz o que quer, declararam que é permitido a Deus agir de forma contrária aos princípios e ao que a realidade (al-amr) é em si mesma [ou seja, em seu estado principial — como se a manifestação de Deus não procedesse de possibilidades eternamente presentes no Ser Divino e no Intelecto universal]. Como resultado, eles chegaram ao ponto de negar a possibilidade como tal e aceitar [como categorias lógicas e ontológicas] apenas a necessidade absoluta [isto é, a “existência” do próprio Deus] e a necessidade por outros [isto é, a necessidade relativa]. Mas o homem sábio admite a possibilidade, cuja posição ontológica ele conhece; obviamente, a possibilidade [como tal] não é o possível [no sentido do que poderia existir ou não existir], e de onde seria, uma vez que é essencialmente necessária por causa de um [princípio] diferente de si mesma. Mas, finalmente, de onde vem essa distinção entre ele e seu princípio que o torna necessário [e do qual ele constitui precisamente uma possibilidade de manifestação]? Mas ninguém conhece a distinção em questão, exceto aqueles que conhecem Deus.