O sufi persa Nûr ad-dîn ‘Abd ar-Rahmân Jâmî explica essa passagem da seguinte forma: “A Majestade de Deus (al-haqq) é revelada de duas maneiras; uma delas, que corresponde à revelação interna, puramente inteligível, que os sufis chamam de Santíssima Efusão, consiste na auto-revelação de Deus manifestando-se desde toda a eternidade na forma dos arquétipos e o que eles implicam em termos de caracteres e capacidades; a segunda revelação é a manifestação externa e objetiva conhecida como a Santa Efusão (al-fayd al-muqaddas); ela consiste na manifestação de Deus por meio da impressão dos mesmos arquétipos. Essa segunda revelação é consecutiva à primeira; é o estágio no qual aparecem as perfeições que, de acordo com a primeira revelação, estão virtualmente contidas nos caracteres e capacidades dos arquétipos” (Lawâih, cap. XXX; edição do texto persa e tradução inglesa de E. H. Whinfield e Mîrzâ Muhammad Kazvînî; Oriental Translation Fund, New Sériés. Vol. XVI. Royal Asiatic Society). Nesse texto, as expressões “formas” ou “caracteres”, que se referem aos arquétipos, devem ser entendidas como meras “alusões”, uma vez que os arquétipos ou “essências imutáveis” estão obviamente além de qualquer individuação ou distinção formal. (Sabedoria dos Profetas, p. 23-24)
Burckhardt (SP) – Emanação e Efusão
TERMOS CHAVES: emanação