Jîlî [JiliHU] considera primeiro as sete chamadas Qualidades da Pessoa divina (an-nafs), que são: Vida (al-hayâh), Conhecimento (al-‘ilm), Vontade (al-irâdah), Poder (al-qudrah), Palavra (al-kalam), Audição (as-sam) e Visão (al-baçar).
Todas as Qualidades divinas podem ser divididas em quatro grupos, dependendo do fato de estarem relacionadas exclusivamente à Essência, como Unidade, Unicidade, Singularidade, independência absoluta etc., ou aos modos divinos de Beleza, Majestade e Infinidade.
A Beleza (jamâl) e a Majestade (jalâl) correspondem, de certa forma, aos dois polos da imanência e da transcendência, pois a Majestade abate a criatura, enquanto a Beleza a preenche.
A infinidade (al-kamâl) sintetiza os dois modos. A palavra kamâl deve ser traduzida por Infinidade e não como “Perfeição” ou “Universalidade” quando se refere a Deus, porque a perfeição de Deus, escreve Jîlî, é que ele não tem limites.
Os pronomes pessoais pelos quais o texto corânico se refere a Deus também expressam “aspectos” essenciais Dele; o pronome huwa, “Ele”, é derivado de al-huwiyah, “Aseidade” ou “Ipseidade”; essa expressão designa o Mistério absoluto, porque o pronome Ele é o da “pessoa ausente”. O “Sujeito” divino, al-aniyah, cujo nome é derivado do pronome ana, “eu”, é logicamente oposto a Aseidade.
Considera-se que a eternidade divina tem três dimensões: eternidade sem início (al-azal), eternidade sem fim (al-abad) e pré-existência (al-qidam).
Os sete “Dias de Deus” (ayâm Allah) correspondem à Realidade Divina, pois Deus é encontrado “todos os dias em ação” (Alcorão, LV, 29).