Hartmann (FHJB) – Qual é a vontade de Deus?
[…] Todas essas doutrinas [de Boehme] culminam no ponto de que o homem deve cumprir a vontade de Deus, e, portanto, surge a pergunta: “Qual é a vontade de Deus?” A isso Jacob Boehme responde: “Nós mesmos somos a vontade de Deus para o mal e para o bem. O que quer que se manifeste em nós, nós mesmos o somos, seja no inferno ou no céu.” A vida do homem é uma forma da vontade divina, e fazer a vontade de Deus significa, portanto, tornar-se semelhante a Deus e divino, tentando realizar seu próprio ideal mais elevado em pensamentos, palavras e ações. Deus deve se tornar homem, e o homem deve se tornar Deus. O céu deve se tornar um com a terra, e a terra deve se tornar um céu, de modo que sua vontade possa se tornar a vontade do céu.” — (Signatura Rerum, x. 48.) Para expressar isso em outras palavras, podemos dizer: “A vontade universal, em sua ação no homem, deve se tornar divina, de modo que o homem possa se tornar consciente de possuir poderes divinos. A mente terrena do homem deve ter despertado dentro de si a luz divina do espírito, de modo que um céu possa ser criado dentro da mente.” As doutrinas de Jacob Boehme, portanto, não têm tanto a intenção de nos ensinar o que devemos saber ou o que devemos fazer, mas sim de nos ajudar a perceber o fato importantíssimo de que devemos ser.
- Deghaye (CHJB) – Deus absconditus
- Deghaye (CHJB) – Feuerbach e a obra de Boehme
- Deghaye (CHJB) – Filho
- Deghaye (CHJB) – O Deus de Böhme não é a priori
- Deghaye (PDND) – alma
- Deghaye (PDND) – Conhecimento de Si – Conhecimento de Deus
- Deghaye (PDND) – deidade
- Deghaye (PDND) – desejo de Deus?
- Deghaye (PDND) – Deus
- Deghaye (PDND) – o Deus que se revela