Nisargadatta (NMIam) – Obsessão com o corpo

Vejo o que você também poderia ver, aqui e agora, mas o foco de sua atenção está errado. Você não dá atenção ao seu si. Sua mente está sempre voltada para coisas, pessoas e ideias, nunca para o seu si. Coloque seu si em foco, tome consciência de sua própria existência. Veja como você funciona, observe os motivos e os resultados de suas ações. Estude a prisão que você construiu em torno de si mesmo, por inadvertência. Ao saber o que você não é, você passa a conhecer o seu si. O caminho de volta ao seu si é por meio da recusa e da rejeição. Uma coisa é certa: o real não é imaginário, não é um produto da mente. Mesmo o sentido “eu sou” não é contínuo, embora seja um indicador útil; ele mostra onde procurar, mas não o que procurar. Basta dar uma boa olhada nisso. Quando estiver convencido de que não pode dizer com sinceridade sobre o seu si nada além de “eu sou” e que nada que possa ser apontado pode ser o seu si, a necessidade do “eu sou” acabará – você não terá mais a intenção de verbalizar o que você é. Tudo o que você precisa é se livrar da tendência de definir seu si. Todas as definições se aplicam apenas ao seu corpo e às expressões dele. Quando essa obsessão com o corpo acabar, você voltará ao seu estado natural, de forma espontânea e sem esforço. A única diferença entre nós é que estou ciente do meu estado natural, enquanto você está confuso. Assim como o ouro transformado em ornamentos não tem nenhuma vantagem sobre o pó de ouro, exceto quando a mente o torna assim, nós também somos um em ser – diferimos apenas na aparência. Descobrimos isso sendo sinceros, pesquisando, perguntando, questionando diariamente e a cada hora, dedicando a vida a essa descoberta.