Peter Erb (JBCC) – tempo

A natureza temporal passou a existir pelo desejo da natureza eterna e pelo decreto de Deus no momento da queda de Lúcifer. Pela Palavra de Deus, a luz surgiu na criação e Deus separou a luz das trevas que, vivendo em si mesmas, não podiam mais compreender a luz, a quintessência na qual a criação se encontrava. O ponto mais alto da criação, o homem original — Adão — foi criado de acordo com a imagem de Deus. A obra mais perfeita de Sofia, ele a refletia de forma mais completa em seu espírito. Nele não havia conflito; havia harmonia. Contendo todos os três princípios, Adão era fogo e luz. Homem e mulher (andrógino), podia gerar filhos a partir de seu próprio ser. “Se Adão tivesse permanecido em tal inocência, teria permanecido (…) nos dois princípios e governado sobre tudo. Não teria conhecido o reino furioso nem este lhe teria sido revelado.” Entretanto, em sua dupla queda, em seu sono e desobediência, quebrou a harmonia em que vivia. Em vez de vivenciar as sete características em equilíbrio, escolheu conhecê-las separadamente. Assim, “a imagem de Deus foi destruída (…) e a luz do ser dos elementos sagrados em que conhecia Deus se apagou. O equilíbrio morreu e despertou os quatro elementos e o conhecimento impróprio que o adoeceram e finalmente o levaram à morte.”

Jacob Boehme