Categoria: Jacob Boehme

  • Gorceix (BGJG) – Lutero, Boehme e a concepção de Deus

    Seria imprudente resumir em um diagrama rápido as diferentes concepções de Deus que se chocaram na espiritualidade germânica dos séculos XVI e XVII. No entanto, a oposição entre o que poderia ser chamado de concepção neoplatônica e a concepção luterana é justificada. Na primeira, Deus é “uma substância, a única substância real, o Ser supremo”.…

  • Waterfield (JBER) – Ungrund

    Um dos temas dominantes nos escritos de Boehme é a total transcendência de Deus: sua existência fora do tempo e do espaço, inacessível a todo pensamento humano, inefável por qualquer língua humana. O que resta, então, que possamos conceber? Não resta nada, um nada que Boehme chama de Ungrund, muitas vezes traduzido para o inglês…

  • Wehr (CHJB) – noivado da alma

    Não há dúvida de que esse é o verdadeiro segredo da vida do modesto sapateiro [Böhme]. É nesse ponto que ele nos permite olhar para as profundezas ocultas de seu coração e perceber que dentro dele ocorreu um processo de transformação psíquica de imenso alcance, que é tão inacessível à razão lógica quanto à fabricação…

  • Wehr (CHJB) – melancolia

    Em “Aurora”, Boehme escreve: “Encontrei em todas as coisas o mal e o bem, o amor e a cólera, em objetos desprovidos de inteligência, como a madeira, as pedras, a terra e os elementos, bem como no homem e no animal. Ao mesmo tempo, olhei para a pequena centelha no homem e me perguntei como…

  • Gerhard Wehr (CHJB) – signatura rerum

    Para qualquer pessoa que conheça, como Paracelso disse, a signatura rerum (a “assinatura das coisas”, ou seja, seus símbolos e marcas características), os objetos falam em sua própria linguagem autêntica e fundamentalmente insubstituível. Se o iniciado, por sua vez, desejar tornar a mensagem que recebeu conhecida por aqueles que o cercam, terá de usar um…

  • Ernst Benz (MSGR) – Baader e Boehme

    Foi novamente Franz von Baader quem descobriu a teosofia de Jacob Boehme na Alemanha, ao mesmo tempo que Saint-Martin. Ele considerou como sua missão pessoal reintroduzir a filosofia especulativa de Jacob Boehme na filosofia natural e religiosa de sua época. Em suas próprias relações com Boehme, ele passou por uma verdadeira conversão. Após sua primeira…

  • Koyré (KPJB) – Deus e Diabo

    Agora, a primeira coisa que vemos quando nos voltamos para a natureza é a presença e a luta dentro dela de duas forças ou qualidades opostas, a do bem e a do mal. O bem e o mal estão em toda parte, em todas as coisas, em todas as qualidades; são distintos, opostos e, ainda…

  • Koyré (KPJB) – formato da doutrina de Boehme

    Jacob Boehme tinha grande consideração pelos sábios pagãos e seus discípulos modernos, os astrólogos e alquimistas. Os sábios pagãos haviam penetrado profundamente nos segredos da natureza. Tinham toda a razão em proclamá-la divina. Reconheceram que a natureza estava viva, imbuída das forças e dos eflúvios da divindade. Sentiram essa vida divina (toda vida é divina…

  • Koyré (KPJB) – Cosmogonia e Salvação

    Boehme descreve longamente, em detalhes minuciosos, a vida e o nascimento de plantas, animais, pedras e metais; a interação das forças vitais na natureza, sua luta dentro do corpo do mundo. “Agora”, diz ele, “as pessoas me perguntarão: qual é o significado de tudo isso? O que tudo isso tem a ver com Deus? —…

  • Koyré (KPJB) – a revelação de Boehme

    É, de fato, uma nova revelação que Boehme acredita estar trazendo, uma revelação final dos grandes mistérios da criação. O termo “revelação” não deve nos surpreender muito. Para todo espiritualista, todo conhecimento do divino — pelo menos todo conhecimento original e verdadeiro — é uma revelação, um dom e uma inspiração do Espírito Santo. Além…

  • Koyre Boehme

    Alexandre Koyre — A filosofia de Jacob Boehme La Philosofia de Jacob Boehme. Étude sur les origines de la metaphysique allemande Talvez o mais importante estudo sobre o pensamento de Boehme, escrito por um filósofo que dedicou grande parte de seus estudos à fenomenologia e em particular à história da ciência moderna. Excertos: -*AURORA NASCENTE…

  • Koyre Boehme Aurora Nascente

    Alexandre Koyré — A Filosofia de Jacob Boehme Livro II — Primeiro esboço da doutrina: A Aurora Nascente -*Ao retraçar a história de sua evolução espiritual Boehme ele mesmo, reparte seus escritos em três grupos distintos -**O primeiro era composto somente da obra Aurora -**O segundo abarcava os três grandes livros, que seriam “bem mais…

  • Koyre Boehme Ungrund

    Alexandre Koyré — A FILOSOFIA DE JACOB BOEHME GRUND — UNGRUND — ABGRUND […] La tendencia a la manifestación es absolutamente general. Es por ello que el ser puro y absolutamente indeterminado desea una limitación, para revelarse en ella. En efecto, lo ilimitado y lo indeterminado se revelan y manifiestan en lo limitado y lo…

  • Jacob Boehme ou Jakob Böhme (1575-1624)

    Breve notícia de Antoine Faivre em seu livro “O Esoterismo” (Papirus): A teosofia de Boehme — Pela ênfase sobre a “Luz da Natureza”, o paracelsismo é mais unia filosofia esotérica da Natureza do que unia teosofia propriamente dita, mas é dessa fonte que a teosofia germânica brotará. No século XVI não faltam teósofos fora da…

  • Boehme (JBSR) – Signatura Rerum

    Boehme diz que Sig. Rer. é um livro muito profundo … sobre o significado das . . . formas e formatos da criação. … mostra qual é o início, a ruína e a cura de tudo… (Epist. xii, 73) Sparrow, o primeiro tradutor inglês, disse que apresenta . . . . o nascimento, a simpatia…

  • Lucinda Martin (LDJB) – Criação em Boehme

    “Criação”, “Nascimento” e “Revelação” são sinônimos para Jacob Boehme. Ele vê a Criação não como um ato completo de Deus, mas como um processo dinâmico e perpétuo em vários níveis de realidade. Esses diferentes atos da Criação se repetem e se espelham uns nos outros eternamente. Assim, pensa não apenas na obra de um Deus…

  • Cecilia Muratori (LDJB) – Natureza em Boehme

    A observação da natureza é o ponto de partida da filosofia de Boehme. O frontispício de seu primeiro livro, Aurora (JBAN 1612), afirma que o objeto do texto é a “descrição da natureza, como tudo era e veio a ser no início, como a natureza e os elementos se tornaram criaturas” (ver p. 33). Por…

  • Versluis (HDCT) – Virgem Sofia

    Em geral, os teósofos sustentam que esse eros pelo Divino é incompatível com atrações ou anseios terrenos. Provavelmente, o mais enfático nesse sentido foi Johann Gichtel, o “eremita de Amsterdã”, que recusou inúmeras propostas de casamento de várias mulheres apaixonadas por ele durante sua vida passada no exílio na Alemanha. Embora tivesse muitas correspondentes (cerca…

  • Versluis (HDCT) – Gottfried Arnold sobre Sofia (3)

    A jornada rumo à Sabedoria e à iluminação implica um renascimento e, como Arnold diz ao citar Agostinho, uma morte para as coisas deste mundo, um desapego interior. A pessoa começa a reconhecer a beneficência divina: “Quem quer que deseje conhecer a sabedoria, deve primeiro reconhecer que todo bem e toda vida é uma imagem…

  • Versluis (HDCT) – metanoia

    A simplicidade e a profundidade desse encontro e dessa transmutação talvez sejam melhor apresentadas, no que diz respeito aos nossos místicos protestantes, no livro escrito por Jacob Böhme no final da vida, O Caminho para Christosophia. Nele, Böhme descreve as dificuldades da alma em renascer, em realmente alcançar a metanoia. No início, escreve ele, após…