Daena [CSTC]

Daena é com efeito o Anjo feminino que tipifica o Eu transcendente ou celeste; ela aparece à alma na aurora que segue a terceira noite depois de sua partida do mundo, ela é sua Glória e seu Destino, seu Aion. A indicação quer portanto dizer que da Terra celeste, quer dizer da Terra percebida e meditada em seu Anjo, é engendrada e formada a substância do Eu celeste ou Corpo de Ressurreição. Isso que dizer igualmente que o destino da Terra confiado ao poder transfigurados das almas de luz, leva ao coroamento destas almas, e reciprocamente. E tal é o sentido profundo da oração masdeísta muitas vezes repetida no curso das liturgias: «Possamos ser aqueles que operarão a Transfiguração da Terra».

O mistério desta Imago Animae projetando a Imago terrae, e reciprocamente o mistério desta Forma imaginal da Terra «substantificando» a formação do Eu total a vir, se exprime em termos de angelologia na relação que acabamos de lembrar. Spenta Armaiti que os textos palavis compreendem como Pensamento Perfeito, Meditação silenciosa, e cujo nome que Plutarco traduziu exelentemente por Sophia, esclarece a via de uma sofiologia masdeísta, — Spenta Armaiti é ao mesmo tempo a «mãe» de Daena e aquela cujo fiel masdeísta é iniciado desde a idade de quinze anos a professar: «Tenho por mãe Spandarmat, o Arcanjo da Terra, e por pai Ohrmazd, o Senhor Sabedoria». Nisto que é aqui o principium relationis, podemos perceber algo como um sacramentum Terrae masdeísta; e sua essência, e segundo o nome mesmo de Spenta Armaiti Sophia, pode ser designada como uma geosofia, quer dizer como sendo o mistério sofiânico da Terra, cuja consumação será a Transfiguração escatológica (frashkart).

Completando este mismo paisaje de la escatología individual, también se sitúa, en medio del mundo, en Eran-Vej, otra alta montaña, Chakad-i-Daitik (el pico del juicio). Desde su cima surge el Puente Chinvat, en cuya entrada tiene lugar el encuentro del alma con Daena, su Yo celeste, o por el contrario con la horrible aparición que no le refleja más que su yo mutilado y desfigurado por todas las fealdades, privado de su arquetipo celeste. Es la situación primordial en la que la Imago Terrae, transformando los datos externos materiales, presenta al alma perfecta los lugares y los paisajes simbólicos de su eternidad anticiada, esos en los que el alma encentra su propia Imagen celeste. El alma perfecta atraviesa el Puente Chinvat con su vuelo espiritual y la fuerza de sus actos; avanza hasta las estrellas, más tarde hasta la Luna, luego hasta el Sol y después hasta las Luces infinitas. Éstas son las cuatro etapas del crecimiento de Alburz. De este modo, el Puente Chinvat une la cima que está en el centro del mundo con la montaña cósmica y su ascensión conduce al Garotman, a la “Morada-de-los-Himnos”. [Henry Corbin, Corpo Espiritual e Terra Celeste]

Henry Corbin (1903-1978), Zoroastro