— O ‘eu’ é apenas um fantasma criado pela união dos cinco skandhas e uma fantasmagoria não tem nada a ver com a realidade absoluta.
Os cinco skandhas são
— rupa : forma ou materialidade ;
— vedâna : sensação ;
— samjnâ: percepções, conceitos;
— samskâras: tendências e potencialidades da mente, pensamentos, mentalidades, as “confecções” da imaginação;
— vijnâna: consciência-conhecimento (o fato de estar ciente de algo).
O fato de o ego ser apenas um fantasma não implica sua evanescência, mas sua verdadeira desposição:
— A supressão do eu não significa sua completa aniquilação, mas sua perfeita prontidão para receber dentro de si um poder superior. Não devemos nos esquecer de que, nessa receptividade, há um poder que recebe, que se tornou passivo.
Essa disposição é a do “Aí”, da realidade humana mais uma vez pura, simples e silenciosa, a “guardiã do Ser” em harmonia redescoberta com a Força que nos faz ser. “Disposição”, nesse aspecto, deve ser entendida no sentido estrito. “Em latim, ‘Dis’ conota separação, diferença, defeito. A disposição do eu (como Aí do Ser, como Guardiã) é, portanto, a posição consciente do ser humano reencontrada em seu âmago na origem da Panrealidade, do Mundo, do Ser mudo, da Vida, que passa à autoconsciência pelo fato de que, ao mesmo tempo e na mesma relação, “aquilo” se manifesta e se retira, um jogo duplo de luz e escuridão, de dis-tinção fundamental, onto-lógica.