«A noção de imaginação, intermediária mágica entre o pensamento e o ser, encarnação do pensamento na imagem e posição da imagem no ser, é uma concepção da mais alta importância que desempenha um papel de primeiro plano na filosofia da Renascença e que se encontra naquela do Romantismo». Esta observação revelada em um de nossos melhores intérpretes das doutrinas de Boehme e de Paracelso, nos fornece a melhor introdução à segunda parte do presente livro. Reteremos por um lado a noção da imaginação como sendo a produção mágica de uma imagem, o tipo mesmo da ação mágica, ver de toda ação como tal, mas por excelência de toda ação criadora; e por outro lado a noção da imagem como de um corpo (um corpo mágico, um corpo mental) no qual se encarnam o pensamento e a vontade da alma. A Imaginação como poder mágico criador que, dando nascimento ao mundo sensível, produz o Espírito em formas e cores; o mundo como Magia divina «imaginada» pela divindade «imagiciana», é esta antiga doutrina, tipificada na justaposição das palavras Imago Magia, que um Novalis encontrou através de Fichte. Mas aqui uma prevenção inicial se impõe: esta Imaginatio não deve sobretudo ser confundida com a fantasia. Como já observava Paracelso, diferentemente da Imaginatio vera, a fantasia (Phatasey) é um jogo do pensamento, sem fundamento na natureza, ela não é senão «a pedra angular dos tolos».
[CorbinIbnArabi]Corbin (Ibn Arabi) – Imaginação criadora e oração criadora
TERMOS CHAVES: teurgia
- Corbin (HL) – Luz Verde
- Corbin (HL) – mandala
- Corbin (HL) – O “noûs” de Hermes e o Pastor de Hermas
- Corbin (Ibn Arabi:67-69) – Sufismo
- Corbin (Ibn Arabi) – A dupla dimensão dos seres
- Corbin (Ibn Arabi) – A Imaginação criadora como teofania
- Corbin (Ibn Arabi) – A imaginação criadora no sufismo de Ibn Arabi
- Corbin (Ibn Arabi) – A Oração do Heliotropo
- Corbin (Ibn Arabi) – A trajetória vital de Ibn Arabi e seus símbolos