Schuon Juan de la Cruz

Para el cristiano, lo necesario para llegar a Dios es «renunciar francamente a sí mismo», como dijo San Juan de la Cruz; por esto, el cristiano se sorprende al oír del musulmán que la clave de la salvación es creer que Dios es Uno; lo que no puede saber de buenas a primeras es que todo depende de la calidad -de la «sinceridad» (ijIâs)- de esta creencia; lo que salva es la pureza o la totalidad de ésta, y esta totalidad implica evidentemente la pérdida de sí, sean cuales fueren sus expresiones. (Comprender el Islam)


Não se trata de crer, por exemplo, que nossa Idade Média era uma “boa época” no sentido total, pois pode-se também admitir que foi má, na condição de se inspirar em critérios espiritualmente válidos que não serão privilegiados no mundo moderno, nem nquele do paganismo antigo. Todos os santos se queixaram de suas épocas, e o otimismo amoroso que parece se dispor hoje em dia a respeito dos tempos que vivemos nada mais é que uma anomalia entre tantas outras. Pode-se criticar as pessoas da Idade Média de terem aproveitado muito pouco de um clima tão carregado de espírito e de esperança como era o deles, de terem sido muito mundanos e muito disputadores, não há porque se surpreender das grandes calamidades que sobre eles se abateram; com efeito, a mundanidade medieval continha todos os germes das misérias atuais. Jacques Mariteain constata (em Humanismo Integral) que a Idade Média não manifestou “consciência reflexa” — “… é do lado de uma investigação deliberada e expressamente reflexiva que esta tomada de consciência faltava…” — e que pelo contrário, no declíno da Idade Média (Ruysbroeck, Tauler), e sobretudo desde a Renascença, esta forma de consciência se afirmava fortemente (Santa Teresa de Ávila, São João da Cruz, Maria da Incarnação); mas não se explica porque esta consciência reflexa “faltava” na Idade Média nem porque ela apareceu em seguida. Ora, o que mais nos interessa, é precisamente a causa desta mudança, a saber: a cristalização do individualismo — forçosamente reflexivo — e do empirismo que dele resulta. (Imagens do espírito, p. 24)


Pura concentração é também uma oração, na condição de que tenha uma base tradicional e seja centrada no Divino; esta concentração nada mais é que o silêncio (“O Pai falou uma palavra, e este palavra foi Seu Filho, e esta Palavra Ele falou sem fim em um eterno silêncio, e é neste silêncio que a alma a entende” — São João da Cruz: Sentenças espirituais e conselhos, 307) o qual, de fato, tem sido denominado um “Nome de Buda” graças a sua conexão com a idéia de Vazio (Shunyamurti, “Manifestação do Nada”, é um dos Nomes de Buda. A oração silenciosa do Índios Norte-americanos, que pressupõe um olhar simbólico e o estrutura da natureza virgem, oferece analogias surpreendentes com o Zen).



Perenialistas – Referências