De acordo com este princípio [B é em/com A, enquanto A é revelado por B] de Scotus Erigena: Deus est in se fit in creaturis. — A palavra “aniquilar” deve ser tomada apenas no sentido de que podemos dizer que o conceito orgânico aniquila dentro de si o seu fluido vital, ou seja, não o seca (de tal forma que a psique, como aquele inseto alado congelado em âmbar, fica imobilizada em seu nascimento), mas o preserva e se subordina a ele como ao seu centro mais íntimo. Aquilo que não se humilha interiormente (para cima), não se mantém aberto ou fluido, não pode se confirmar exteriormente em uma forma firme e livre; aquilo que não se permite ser aniquilado não pode se aniquilar. O caráter concreto do conceito deve, portanto, ser ampliado no sentido de que ele não se torna cego desde o momento em que aparece (destruindo sua capacidade de representação) nem frio ou insensível (destruindo sua capacidade de sentir). Da mesma forma, Jesus Cristo fala de uma água de vida eterna, cujo consumo (aniquilação) abre a fonte dessa vida no homem. O homem vive — ou deveria viver — de acordo com três princípios ao mesmo tempo. No princípio divino, deve ser um instrumento; no espírito, como uma natureza inteligente, deve ser um colaborador; na natureza, desprovida de inteligência, deve ser o único agente. A regra para o colaborador (o órgão) é que a ação pessoal (arbitrariedade) nunca deve se separar da natureza superior (do dom, etc.), e quando isso acontece, quando, por exemplo, o movimento voluntário se separa do movimento involuntário (de seu fundamento), então a resistência da natureza superior ocorre, não como tal, mas por meio da natureza inferior (através do instrumento destinado a servir ao órgão). Convulsões ou movimentos convulsivos desse tipo se manifestam na vida do órgão superior como na vida do espírito, em pensamentos e decisões da vontade. Além disso, não devemos esquecer que, assim que a ação autônoma se separa da natureza, a lei se opõe a essa separação, diante do ato na vontade autônoma como vontade contrária, e somente como ato contrário oposto ao ato realizado da vontade autônoma. Assim, onde a lei (interior e exterior) aparece, essa separação interior da vontade (do amor) já ocorreu. Lembremos aqui a distinção feita por Saint-Martin entre “sociedade natural, civil e política”. — O homem só pode participar da ciência do Onisciente; e uma vez que, como participante, está apenas continuando a ciência de Deus, parte de sua ciência deve sempre ser dada a ele; e isso também se aplica à vontade como uma participação na vontade, e à sua atividade como coprodução. A busca é um ato independente; a descoberta é um acordo entre um ato dado e um ato independente. — A consciência reflexiva só aparece com a lei, e a consciência não reflexiva e divina (consciência genial), que geralmente é considerada inconsciência, desaparece. O artístico se torna artificial. Nossa consciência terrena — espacial — temporal — é uma consciência desse tipo, artificial, reflexiva, sem liberdade.