Frithjof Schuon — ABSOLUTO
Excertos do glossário de noções chaves na obra de Frithjof Schuon, desenvolvido por DEON VALODIA
Absoluto: No Absoluto, eu não sou, e tu não és, e Deus (em Sua determinação) não é, porque Ele (o Absoluto) está além do alcance de toda palavra e de todo pensamento. (Sri Ramakrishna) ((Language of the Self, A View of Yoga]
O Absoluto não é o Absoluto na medida que contém aspectos, mas na medida que os transcende. ((Schuon Compreender o Islã, Corão]
Se fossemos perguntados o que é o Absoluto, replicaríamos primeiro que tudo que é necessário e não meramente possível Realidade; absoluta Realidade, portanto infinita e perfeita, precisamente; e adicionaríamos — em conformidade com o nível da questão perguntada — que o Absoluto é aquilo que, no mundo, é refletido como a existência das coisas. Sem o Absoluto, não há existência; o aspecto de absoluto de um coisa é o que a distingue da inexistência, se assim se pode colocar. Comparado com o espaço vazio, cada grão de areia é um milagre. ((DO DIVINO AO HUMANO, The Interplay of the Hypostases]
O Absoluto, ou a Essência, intrinsicamente compreende a Infinitude; é como o Infinito que irradia. A Radiação Divina projeta a Essência dentro do «vácuo», mas sem haver qualquer «ir para fora» qualquer que seja, pois o Princípio é imutável e indivisível, nada pode ser tomado dele; por esta projeção na superfície de um nada que em si mesmo é inexistente, a Essência é refletida no modo de «formas» ou «acidentes». Mas a «vida» do Infinito é não somente centrífugo, é também centrípeto; é alternativamente ou simultaneamente — dependendo dos relacionamentos visualizados — Radiação e Reintegração; a última é o retorno apocatástico de formas e acidentes para a Essência, sem no entanto haver qualquer coisa adicionada à última, pois é a Plenitude absoluta. No entanto, e mesmo acima de tudo, Infinitude — como a Perfeição — é uma característica intrínseca do Absoluto: é como se fosse sua vida interior, e seu amor que por transbordamento, assim pode dizer prolonga a si mesmo e cria o mundo. ((SUFISMO VÉU E QUINTESSÊNCIA, Hypostatic Dimensions of Unity]
Somente a definição do Absoluto como tal é absoluta, e toda descrição explanatória pertence a relatividade precisamente por conta da natureza diferenciada de seu conteúdo, que não é por essa razão incorreta, com certeza, mas ao invés, é limitada e portanto substituível; de modo que se se quer dar uma definição absoluta do Absoluto, deve-se dizer que Deus é Uno. «O testemunho da Unidade é uno“ (At-Tawhidu wahid), dizem os Sufis, e por esta forma significam que uma expressão, dentro dos limites de sua possibilidade, deve ser una com seu conteúdo e sua causa. ((CRISTIANISMO E ISLÃ, Alternations in Semitic Monotheism]