Schuon (PSFH) – Evágrio

  • Segundo Evágrio o Pôntico, a justiça exige que se fale enigmaticamente segredos da vida mística, « a fim de não jogar pérolas aos porcos»; para ele como para seus predecessores, os mistérios concernem o Intelecto, sem que se faça necessário admitir que a diferença entre a gnose e os mistérios da via do amor se apresente de uma maneira sistemática.
  • Evágrio o Pôntico ensina que a , fortificada pelas virtudes (temor, temperança, paciência e esperança), engendra a “apatia” (apatheia), a indiferença ou a impassibilidade espiritual, a qual engendra a caridade, porta da contemplação; ele diz também que a “apatia” precede a caridade, e que a caridade precede o conhecimento. Aditemos que, segundo os Hesicastas Barsanufo e João, “a oração contínua se mede à apatia”.
  • “A caridade — diz Santo Evágrio o Pôntico — é o estado superior da alma razoável, na qual ;e impossível amar alguma coisa no mundo mais que o conhecimento de Deus” (Centúrias). O mesmo Padre denomina a caridade “a porta da gnose”, o que indica bem a transcendência desta em relação àquela.
  • Esta conexão ontológica entre o conhecimento e a paz — ou entre a contemplação e a imobilidade — se encontra enunciada em muitos escritos inspirados: segundo São Thiago, “a sabedoria do Alto é primeiramente pura, em seguida pacífica…” )Epístola, III, 17). “O Intelecto divino — diz Evágrio o Pôntico — é um Intelecto pacificado de todos os movimentos…”. Da mesma forma segundo Nicetas Stethatos, “Ele (o Espírito Santo) lhe dá a inteligência que é pacífica, e doce para compreender as profundezas de Deus…”.

Perenialistas – Referências