Todo esse problema também pode ser formulado nos termos do domínio de Fatum e da transcendência da Necessidade. Aqui devemos retornar ao que foi dito acima a respeito dos Sete Rishis; pois a concepção de nossa constituição e consequente Destino, que estava implícita ali, não é de forma alguma exclusivamente indiana, mas, por exemplo, idêntica à doutrina platônica expressa por Hermes Trismegisto (Lib. I.9.16, XVI.13 e seguintes, Excerto XII e outros). Aqui a Mente criativa solar (demiourgos) “fez do Fogo e do Espírito Sete Governantes, que envolvem em suas órbitas o universo sensível, e seu Governo (dioikesis, literalmente cuidado doméstico, economia) é chamado de “Destino” (heimarmene)”. Esses Governantes são os Sete Planetas (astera, estrelas, luzes) e agem sobre nós, ou melhor, em nós, por meio dos Daimones correspondentes que se encarregam de nós no nascimento, entrando nas duas partes irracionais da alma e penetrando no corpo, onde, assentados em seus vasos1, eles nos puxam para si mesmos (anthelkousi… eis eautous), governando assim nossa vida terrena, usando nossos corpos como seus instrumentos. A maioria de nós é levada e arrastada por esses Daimones, devido ao nosso gosto pelas atividades nas quais, como diz Hermes, consiste o seu ser. Mas “nem os deuses (os Sete Governantes Planetários mencionados anteriormente) nem os Daimones têm qualquer poder contra o Único Raio de Luz que é o de Deus” e “há alguns poucos, na Parte Racional de cuja alma brilha esse Raio que vem de Deus por meio do Sol (a Mente Criativa mencionada anteriormente)”, e nesses a operação dos Daimones (isto é, os impulsos dos poderes sencientes em busca de seus objetos naturais) é reduzida a nada. E assim Deus governa os deuses, e eles os Daimones, seus representantes em nós; ele opera por meio de ambos, e assim faz todas as coisas para si mesmo; e todas as coisas são membros (moria) dele mesmo. [AKCMeta]
Os já mencionados nadyah, stenopoi, etc. (ver Sopros e Canais), que devem ser considerados como as “linhas de força” pelas quais nosso ser é penetrado. ↩