Como Deus, o homem era tanto fogo quanto luz. A alma do homem começava no início ardente da natureza eterna e deveria retornar à sua fonte como luz, como amor ou, na outra imagem de Boehme, como a água espiritual da nova vida que temperaria a fonte ardente. Sem essa água, a alma seria consumida, condenada em sua própria raiz ardente. Adão escolheu essa origem ardente, mas Deus foi misericordioso. Como Deus não permitiria que o homem continuasse decaído, providenciou um meio para que ele se tornasse santo novamente. A luz da razão (filosofia) e da revelação (profecia) foram fornecidas para guiá-lo. O amor–luz foi finalmente e plenamente revelado na pessoa de Cristo, que fluiu com Sua luz, amor e água em todos os princípios nos quais o homem foi criado e restabeleceu o equilíbrio. No novo Adão andrógino, Cristo, o homem vive novamente em harmonia e em unidade com a Virgem Sophia. Nele, ganha sua pérola mais preciosa; uma coroa de conquistador o aguarda no final de sua jornada.
Como descrevem as duas imagens favoritas de Boehme, o filho pródigo retorna (Lucas 15:11 e seguintes), mas ainda há trabalho a ser feito na vinha (Mateus 20:1-16). Com uma vontade resignada, a jornada de volta é empreendida e, com uma vontade resignada, o trabalho na vinha é concluído. A chegada em casa é uma experiência de contemplação divina e a conclusão do trabalho leva à contemplação do divino. Para Boehme, assim como para Lutero, a fé é uma realidade presente de Deus com o homem e uma esperança futura.