Apresentação do livro feita por Seyyed Hossein Nasr
O que é civilização? contém alguns dos ensaios mais famosos e seminais de Coomaraswamy, como o do título e o que foi denominado “A respeito de manter-se no juízo perfeito”, assim como numerosos ensaios que nunca haviam sido publicados, como uma versão inglesa de Beleza, luz e som, Janelas da alma e Quod factum est itt ipso vita erat. Estes ensaios percorrem o espectro de ideias que interessaram a Coomaraswamy, especialmente durante o último período da sua vida, que foi o mais maduro. Abrangem estudos metafísicos e filosóficos que incluem o famoso ensaio intitulado Da pertinência da filosofia, onde o autor faz uma distinção aguçada entre a filosofia conhecida tradicionalmente e o significado leigo de filosofia, assim como incluem o ensaio científico igualmente famoso em que faz um contraste e uma comparação entre a doutrina tradicional da gradação e a teoria moderna da evolução biológica.
Esta coleção também inclui vários estudos notáveis que Coomaraswamy fez da alma e do microcosmo humano e da enteléquia da alma segundo certas doutrinas tradicionais. Também estão incluídos vários ensaios valiosos sobre símbolos e mitos, incluindo o famoso estudo intitulado “De lebres e sonhos”. Além do mais, os ensaios sobre símbolos incluem não só os que tratam do significado e da interpretação de símbolos como os que analisam símbolos específicos. Nesta classe estão incluídos três dos estudos mais brilhantes de Coomaraswamy que tratam respectivamente do simbolismo da arqueria, do simbolismo da fonte da vida e do simbolismo do Eckstein; no ensaio sobre o simbolismo da arqueria Coomaraswamy inspirou-se em muitas fontes, incluindo as japonesas e islâmicas; no estudo do simbolismo da fonte da vida (que constitui uma das contribuições mais valiosas do autor para o estudo da arte islamítica) baseou-se nas miniaturas persas e mughal; e o ensaio sobre o simbolismo do Eckstein fala da condição deste como pedra fundamental e como diamante, no contexto do pensamento cristão tradicional. Esses ensaios revelam o autor no pináculo da sua força de intérprete incomparável das formas de arte tradicionais tanto do Oriente como do Ocidente.
Os dois ensaios finais deste livro referem-se a certos princípios básicos da arte tradicional que trata da forma de um objeto de arte na “mente” do artista e, em última análise, do paradigma dessa forma em relação à sua manifestação externa, assim como trata da ligação que há entre sabedoria e técnica, ou seja, entre os elementos intelectuais e práticos cujo casamento harmonioso é necessário à criação de qualquer obra de arte séria. De certo modo, esses últimos ensaios usam exemplos concretos para fazer uma recapitulação dos princípios, elucidados de maneira magistral por Coomaraswamy nas suas obras anteriores, sobre a filosofia tradicional da arte, obras como A transformação da natureza em arte e Por que exibir obras de arte?
- I. O que é civilização?
- II. DA PERTINÊNCIA DA FILOSOFIA
- III. A respeito de manter-se no juízo perfeito
- IV. Beleza, luz e som
- V. Janelas da alma
- VI. O nascimento do Espírito
- VII. Gradação e evolução
- VIII. Gradação e evolução II
- IX. Destino, previsão e livre-arbítrio
- X. Mahatma
- XI. De lebres e sonhos
- XII. O caminho do peregrino
- XIII. Mente e mito
- XIV. Símbolos
- XV. A interpretação de símbolos
- XVI. O simbolismo da arqueria
- XVII. Khwaja Khadir e a Fonte da Vida na tradição persa na arte mughal
- XVIII. Eckstein
- XIX. Quod factum est in ipso vita erat
- XX. Atena e Hefesto