HUMANO — CASTAS
VIDE: Brâmanes, Kshatriyas, Vaishyas, Shudras, Parias
Frithjof Schuon: SENTIDO DAS CASTAS
El sistema de las castas, como todas las instituciones sagradas, descansa en la naturaleza de las cosas, o, más precisamente, en un aspecto de ésta, en una realidad, pues que no puede dejar de manifestarse en ciertas condiciones; la misma observación vale para el aspecto opuesto, el de la igualdad de los hombres ante Dios. En suma, para justificar el sistema de castas, basta plantear la cuestión siguiente: ¿existen la diversidad de calificaciones y la herencia? Si existen, el sistema de las castas es posible y legítimo. Y lo mismo para la ausencia de castas, donde ésta se impone tradicionalmente: ¿son iguales los hombres, no tan sólo desde el punto de vista de la animalidad, que no se discute, sino del de sus fines últimos? Es seguro, pues todo hombre tiene un alma inmortal; así pues, en alguna sociedad tradicional, esta consideración puede prevalecer sobre la de la diversidad de calificaciones. La inmortalidad del alma es el postulado del «igualitarismo» religioso, como el postulado del sistema de castas es el carácter casi divino del intelecto y, por lo tanto, de la élite intelectual.
No cabe imaginar mayor divergencia que entre la jerarquización hindú y el nivelamiento musulmán, y sin embargo, no hay en ello más que una diferencia de énfasis, pues la verdad es una: en efecto, si bien el hinduismo considera ante todo en la naturaleza humana tendencias básicas que dividen a los hombres en otras tantas categorías jerarquizadas, no deja por ello de realizar la igualdad en la supercasta de los monjes errantes1), en la que el origen social no tiene ninguna función; el caso del clero cristiano es análogo, en el sentido de que los títulos nobiliarios desaparecen en él: un campesino no puede llegar a príncipe, pero puede llegar a papa y consagrar al emperador. Inversamente, la jerarquía se manifiesta aun en las regiones más «igualitarias»: para el Islam, en el que cada cual es su propio sacerdote, los jerifes, descendientes del Profeta, forman una nobleza religiosa y se superponen así al resto de la sociedad, sin asumir en ella, no obstante, una función exclusiva. En el mundo cristiano, puede suceder que un burgués de marca sea «ennoblecido», lo cual está completamente excluido en el sistema hindú; el fin de las castas superiores es esencialmente «mantener» una perfección primordial, y el sentido «descendente» de la génesis de las castas explica que la casta puede perderse, pero no ganarse2; esta perspectiva del «mantenimiento hereditario» es la clave misma del sistema de castas. Esta misma perspectiva explica además, en el hinduismo, el exclusivismo de los templos — que no son púlpitos para predicar — y, de manera más general, el papel preponderante de las reglas de pureza. La «obsesión» del hinduismo no es la conversión de «incrédulos», sino, por el contrario, el mantenimiento de una pureza primordial, tanto intelectual como moral y ritual.
Pierre Gordon: IMAGEM DO MUNDO NA ANTIGUIDADE
O que fez a força excepcional na imensa península asiática, das ideias relativas à reencarnação, é que elas se costuraram ao sistema de castas. A transmigração parece ajudar a explicar porque um indivíduo vem ao mundo em uma casta nobre ou nos párias, porque é rico ou pobre, respeitado ou desprezado, bem alimentado ou passa fome, enfermo ou são. Já segundo as Leis de Manu, os homens pagam por deformidades as faltas cometidas em uma existência anterior. O defeito destas visões sobre o samsara não é somente de visar determinar, em se fundando sobre analogias superficiais, as modalidades de aplicação do Karma. É antes de tudo manter apesar de declarações contrárias, para um dado objetivo e real, a maya, no seio da qual escolhe o Eu, mas que se encontra, de fato, nele suspensa. Como viu tão lucidamente o jainismo, o eu é criado no estado sobrehumano; é o espaço, é o tempo, é a matéria opaca, que o obscurecem e o entravam; em outros termos, o cosmos mecânico põe nele o esquecimento e a ignorância; o limita, o inferioriza, o impede de utilizar seu potencial normal. Ele é assim porque o ser que lhe abandonou, e que ele possui em comum com os outros humanos, não é mais o ser do super-homem, mas aquele do super-homem rebaixado ao nível de homem. A decadência que o atinge é desde então, em primeiro lugar, atribuível não a faltas pessoais, mas uma influência extrínseca, que o penetra e o envelopa de todas as partes, e que seu dever é de sacudir o jugo, se quer recuperar seu estado normal de luminosidade e de poder. Quanto às manifestações secundárias do estado de decadência (nascimento pobre, doenças, enfermidades, aptidões reduzidas, etc.) elas são as simples consequência e as aplicações do desnivelamento inicial; é o ser coletivo — cujo aspecto temporal se denomina hereditariedade — que os inflige ao Eu, por uma agravação do primeiro recuo. Dito de outro modo, aqui ainda, o Eu recebe um estado de ser e de conhecimento inadaptado às exigências de sua natureza, estado do qual não é em nada responsável, e que uma organização social mais inepta que a nossa poderia lhe gerir. É portanto sempre uma solidariedade, ou melhor uma comunidade, do ser, ao mesmo tempo que uma cisão espaço-temporal deste mesmo ser, que estão em causa. A tarefa do Eu, quando se encontra assim lançado em uma gangue de trevas de que sofre, é de compreender que no fundo ela não é nada de subsistente, que ele lhe é infinitamente superior, e que pode, contra ela, apesar dela, ver, em se servindo das fraquezas que ela lhe quer, se realizar com plenitude ele mesmo juntando-se ao ser imortal do super-homem. Em grande parte vem até a se sentir privilegiado de nascer pobre e infeliz: um nascimento rico, em um meio onde seriam satisfeitos todos os desejos, lhe parece ao invés agora — em reverso do que admite a Índia — o índice de um mau Karma, impedindo a ascensão para a glória e o retorno a eterna juventude.
Uma segunda nota, de uma grande importância, é que o pensamento hindu, entendendo a transformação em animal ou em vegetal como uma decadência, falseou completamente os dados ancestrais, segundo os quais estava aí ao contrário uma promoção ao nível divino. Damo-nos conta aqui da distorção infligida às concepções iniciáticas de partida.
NOTAS:
(sannyasis|sannyâsîs ↩
El Pandit Hari Prasad Shastri, no obstante, nos aseguró que podía haber excepciones a esta regla — prescindiendo de la reintegración de una familia por matrimonios sucesivos — y nos citó el caso del rey Wishwâmitra, compañero de Rama. Sin duda hay que tener en cuenta, en este caso, la cualidad de la época cíclica y de las condiciones particulares creadas por la proximidad de un avatâra de Vishnú. ↩