Infinito

Segundo Christophe Andruzac, para Guénon a Possibilidade Universal possui um certo modo receptivo; poder-se-ia a seu respeito falar no seio do divino de um polo receptivo, passivo. René Guénon designa por Infinito o polo ativo ou determinativo corolário. Na perspectiva das tradições da Índia que diferenciam Brahma e Shakti, ele nota que este aspecto Receptivo e este aspecto Determinativo são a diferenciar como respectivamente um Verbo Divino e uma Vontade Divina.

René Guénon: INFINITO

Es menester no olvidar que aquí estamos mucho más allá de la distinción de Purusha y de Prakriti, y que éstos, al estar ya unificados en el Ser, están comprendidos con mayor razón el uno y la otra en el Supremo Brahma, de donde, si es permisible expresarse así, dos aspectos complementarios del Principio, que no son por lo demás dos aspectos sino en relación a nuestra concepción: en tanto que Él Se modifica, es el aspecto análogo de Prakriti; en tanto que no obstante Él no es modificado, es el aspecto análogo de Purusha; y se destacará que este último responde más profunda y más adecuadamente que el otro a la realidad suprema en su inmutabilidad. Por eso es por lo que Brahma mismo es Purushottama, mientras que Prakriti representa solamente, en relación a la manifestación, a Su shakti, es decir, Su “Voluntad productora”, que es propiamente la “omnipotencia” ( actividad «no-actuante» en cuanto al Principio, que deviene pasividad en cuanto a la manifestación ). Conviene agregar que, cuando se transpone así la concepción más allá del Ser, ya no es de la “esencia” y de la “substancia” de lo que se trata, sino más bien del Infinito y de la Posibilidad, así como lo explicaremos en alguna otra ocasión; es también, lo que la tradición extremo oriental designa como la “perfección activa” ( Khien ) y la “perfección pasiva” ( Khouen ), que coincide por lo demás en la Perfección en el sentido absoluto.

Frithjof Schuon: O MISTÉRIO DO VÉU — ABSOLUTO, INFINITUDE E PERFEIÇÃO

François Chenique:
Chamemos “Infinito” o Princípio Supremo. Ele contém tudo nele, e não pode ser limitado por nada, sob pena de não mais ser o Infinito; tudo deve portanto ser considerado como possível para o Infinto, seja como possibilidade de manifestação, seja como possibilidade de não-manifestação. Chamemos “Toda-Possibilidade” esta fecundidade infinita do Infinito. Nós temos assim definido um par masculino-feminino: o Infinito e sua Toda-Possibilidade. Ainda uma vez, esta distinção, somos nós que fazemos; ela corresponde a algo de real sob pena de ser falsa e inexistente, mas ela não corresponde a uma “separação”, ainda menos a uma Dualidade, posto que estamos além da Unidade.

O Infinito é Brahma e sua Toda-Possibilidade é Maya, a Shakti (ou aspecto feminino) de Brahma. Concebemos portanto no Princípio Supremo uma aspecto feminino e um aspecto masculino, um aspecto maternal e um aspecto paternal. Este aspecto maternal é propriamente a Mãe de Deus. O aspecto feminino do Princípio Supremo (ou a Perfeição Passiva) é evidentemente a razão última da Substância Universal.


Cabala

Adin Steinsaltz
O Sagrado, Bendito seja Ele, tem muitos nomes. Todos esses nomes, no entanto, designam apenas diversos aspectos da manifestação divina no mundo, em especial como eles são revelados aos seres humanos. Acima e além desta variedade de designações está a própria essência divina, que não tem, e que não pode ter um nome. Chamamos esta essência, ou D-us-Ele-Próprio, por um nome que é um paradoxo em si mesmo: “o Infinito, Bendito seja Ele”.

Então, este termo tem por finalidade aplicar-se à essência divina nela mesma, que não pode ser chamada por nenhum outro nome, porque o único nome que pode ser aplicado à própria essência de D-us deve incluir tanto o distante quanto o próximo — de fato, tudo. Ora, como sabemos, nas esferas de ação do pensamento abstrato, como a matemática e a filosofia, a infinidade é o que está além da medida e além do alcance, enquanto que ao mesmo tempo, o termo está limitado à própria definição de ser uma qualidade de algo finito. Assim, por exemplo, há muitas coisas no mundo, como números, que podem ter a infinidade como um dos seus atributos, e no entanto, também serem limitadas seja na sua função ou finalidade, ou em sua própria natureza. Mas quando falamos do Infinito, Bendito seja Ele, significamos o superlativo da perfeição e da abstração, o que engloba tudo e está além de todos os limites possíveis.

A única coisa que temos permissão para dizer sobre o Infinito, então, abrangeria o negativo de todas as qualidades, porque o Infinito está além de tudo que pode ser captado em quaisquer termos — sejam eles positivos ou negativos. Não somente é impossível dizer do Infinito que Ele é de alguma maneira limitado ou que Ele é mau, nem sequer se pode dizer o oposto, que Ele é vasto ou que Ele é bom. Do mesmo modo que Ele não é matéria, Ele não é espírito, nem se pode dizer que Ele exista numa dimensão significativa para nós. O dilema colocado por este significado do infinito é mais que uma consequência da inadequação da mente humana. Representa uma brecha simplesmente intransponível, uma brecha que não pode ser atravessada por nada definível.

Portanto, parece haver um abismo estendendo-se entre D-us e o mundo — e não só o mundo físico do tempo, espaço e gravidade, mas também os mundos espirituais, não importa quão sublimes eles sejam, confinados como de fato cada um deles está dentro das fronteiras de sua própria definição. A criação em si mesma torna-se um paradoxo divino.

Para transpor o abismo, o Infinito continua criando o mundo. Sua criação não é o ato de formar algo do nada, mas o ato da revelação. A criação é uma emanação da luz divina; seu segredo não é o começo da existência de algo novo, mas a transmutação da realidade divina em algo definido e limitado — num mundo. Esta transmutação envolve um processo, ou um mistério, ou contração. D-us se esconde, colocando de lado Sua Infinidade essencial e retendo Sua Luz infinita na medida necessária para que o mundo possa existir. Dentro da luz divina real, nada pode manter sua própria existência; o mundo torna-se possível somente através do ato especial da retirada ou contração divina. Esse não-ser divino, ou ocultamento, é portanto a condição elementar para a existência daquilo que é finito.

Perenialistas – Referências