Izutsu (ST) – Sufismo e Taoismo

Com o subtítulo “Um estudo comparativo dos principais conceitos filosóficos”, este livro é dividido em duas partes. A primeira é um estudo do pensamento de Ibn Arabi, com base em um de seus grandes comentaristas e exegetas, Qashani. A segunda parte examina cuidadosamente a tradição taoista de Lao Tzu e Chuang Tzu. No final do livro, uma reflexão comparativa entre essas duas visões tradicionais conclui a obra. A seguir, o resumo da obra, com os trechos encontrados na versão em espanhol, em caixa alta, como “links”.

Conforme indicado no título e no subtítulo, o principal objetivo deste trabalho, em sua totalidade, é tentar uma comparação estrutural entre a visão de mundo sufi, representada por Ibn Arabi, e a visão de mundo taoista, representada por Laozi e Zhuangzi. Estou ciente do fato de que esse tipo de estudo acarreta certas dificuldades. Uma comparação casual entre dois sistemas de pensamento que não têm conexão histórica pode levar a uma observação superficial e não científica das semelhanças e diferenças. Para evitar esse erro, tentarei destacar a estrutura fundamental de cada uma das duas visões de mundo, de forma independente e o mais rigorosa possível, antes de proceder a qualquer consideração comparativa.

De acordo com essa abordagem, a primeira parte será inteiramente dedicada a uma tentativa de isolar e analisar os principais conceitos ontológicos nos quais a visão de mundo de Ibn Arabi se baseia, enquanto na segunda parte, já no segundo volume, será feito exatamente o mesmo tipo de estudo analítico da visão de mundo de Laozi e Zhuangzi, de modo que as duas partes constituam dois estudos completamente independentes, um sobre Ibn Arabi e outro sobre o antigo taoismo. Somente na terceira parte será feita uma tentativa de comparar e coordenar os conceitos-chave de ambas as interpretações, anteriormente analisadas sem qualquer consideração das semelhanças e diferenças entre elas.

De qualquer forma, a preocupação dominante ao longo deste trabalho será o desejo de abrir uma nova perspectiva no campo da filosofia e do misticismo comparados. Um bom ponto de partida é o fato de que ambas as visões se baseiam em dois eixos, o Absoluto e o Homem Perfeito, desenvolvendo em cada caso, entre esses dois polos, todo um sistema de pensamento ontológico.

Deve-se observar que, como estrutura ontológica, isso não é característico do sufismo e do taoismo. A oposição entre o Absoluto e o Homem Perfeito, em várias formas, como eixos de uma visão de mundo, é um esquema comum a muitos tipos de misticismo que se desenvolveram em lugares e épocas muito diferentes. E um exame comparativo de vários sistemas que compartilham o mesmo esboço geral e diferem uns dos outros apenas em detalhes, tanto de origem quanto de circunstâncias históricas, seria muito proveitoso para preparar o terreno para o que o professor Henry Corbin chamou corretamente de “un dialogue dans la métahistoire”, um diálogo meta-histórico ou trans-histórico, tão urgentemente necessário no mundo de hoje.

PARTE I — IBN ARABI

PARTE II — LAO-TZU & CHUANG-TZU

PARTE III — REFLEXÃO COMPARATIVA

Ibn Arabi (1165-1240), Qashani, Toshihiko Izutsu (1914-1993)